opinião

Ainda há muita reabilitação por fazer

Ainda há muita reabilitação por fazer
Luís Lima
Presidente da APEMIP

Se numa primeira fase, o comboio da reabilitação tardou a arrancar, mais tarde entrou nos carris e fomos assistindo à reconstrução do património imobiliário, sobretudo nas principais cidades, com um valente impulso dado pelo investimento estrangeiro que viu neste mercado uma oportunidade que se veio a confirmar. 

Aos poucos, fomos vendo cidades como Lisboa e Porto a surgirem de cara lavada, ficando mais bonitas, mais seguras e, consequentemente, mais caras. 

O aumento de preços foi-se acentuando, à medida que o stock imobiliário também foi escoando, até a um ponto em que a oferta deixou de dar resposta às necessidades da procura, sobretudo para as classes média e média baixa que não encontram alternativas habitacionais à medida das suas possibilidades. 

Ressurgiu então a necessidade de voltar à construção nova, planeada para dar resposta às necessidades da procura existente. Mas esta carência de novos fogos no mercado, não é sinónimo de desistir da aposta que tão bem se tem feito no mercado da reabilitação.  

A recuperação do edificado é, regra geral, feita em sítios mais centrais, considerados prime, chegando a ser mais cara do que a própria construção nova, o que faz com que muitas vezes não seja esta a oferta indicada para a classe média e média baixa, que são quem mais pena por não conseguir encontrar casa.  

Mas isso não significa que os dois mercados não possam coexistir.  

Ainda existe muito património por recuperar de Norte a Sul do País e, apesar da crise pandémica que estamos a viver, o desempenho positivo do País em termos sanitários, tem despertado o interesse de cidadãos estrangeiros em investir. 

Se, numa primeira fase este interesse demorará transformar-se em concretização, devido à incerteza que a situação pandémica gera, tanto a nível de saúde, como no que diz respeito à retoma das rotas aéreas, é expectável que logo que se verifique alguma estabilidade, o mercado imobiliário nacional volte à ação, com boas perspetivas no que diz respeito à dinamização do arrendamento urbano, numa perspetiva de mercado e de investimento para rentabilidade.  

E as oportunidades no setor da reabilitação manter-se-ão, por todo o País, pelo que não se deverá nunca deixar descarrilar o comboio que tanto tempo levou a arrancar. 

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