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Setor prioriza combate à pobreza energética para melhorar parque habitacional

Setor prioriza combate à pobreza energética para melhorar parque habitacional
O último Almoço-Conferência do ano contou com a presença de Nelson Lage, Presidente da ADENE.

Na última quarta-feira, 11 de dezembro, realizou-se o último Almoço-Conferência do ano. Sob o mote “Almoço de Natal solidário e sustentável”, o evento foi organizado pela Vida Imobiliária em conjunto com a APPII.

Nesta quadra natalícia, em que a dedicação ao próximo ganha uma cor especial, foram convidadas duas organizações com um fim solidário para se associarem à iniciativa e darem a conhecer o importante trabalho que realizam junto de quem mais precisa.

“Vivemos um dos tempos mais desafiantes do nosso setor, que nos exige esperança”

Hugo Santos Ferreira, Presidente da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII), deu início à conferência, enfatizando a esperança como um fator crucial para nos motivar a agir e «colocar mãos à obra». E é sobre esperança que trata a Acreditar, associação de pais de crianças e jovens que têm ou tiveram cancro, com o lema «procuramos acima de tudo razões de esperança».

Representante da Acreditar

Atualmente, a associação tem três “Casa Acreditar” – em Lisboa, no Porto e em Coimbra – uma casa que acolhe pequenos doentes oncológicos e as suas famílias durante o tratamento ambulatório. Atualmente, a casa em Lisboa está em processo de crescimento, passando de 12 para 32 quartos.

Esteve também presente no evento o projeto Just a Change, que promove a reabilitação das habitações das famílias e dos indivíduos carenciados. Desde 2010, o projeto já reabilitou mais de 400 casas e 130 instituições, impactando a vida de mais de 5000 beneficiários e mobilizando mais de 7000 voluntários nacionais e internacionais.

Representante da Just in Change

Neste último Almoço-Conferência de 2023, os presentes tiveram a oportunidade de revisitar os avanços no processo de descarbonização das nossas cidades e conhecer a Estratégia de Combate à Pobreza Energética. Nelson Lage, Presidente da ADENE, iniciou a sua intervenção abordando o Sistema de Certificação Energética dos Edifícios (SCE), destacando um «crescimento positivo na atividade» ao longo dos 16 anos de existência do sistema. Este crescimento só foi possível graças à «esforço conjunto de todos os agentes envolvidos», enfatiza.

“Ainda há muito a ser feito no parque habitacional português, mas conseguimos ter um impacto positivo este ano em termos de eficiência energética”

Em 2023, «tivemos mais de 21 mil edifícios públicos certificados com classe energética A ou B, o que represente um aumento de 40% face a 2022», indica o presidente da Agência para a Energia. Os dados recolhidos pela ADENE estimam que, em 2023, o SCE terá permitido poupar cerca de 1,2 mil milhões de euros em custos de energia e evitou a emissão de 1,7 milhões de toneladas de CO2. O Sistema de Certificação Energética dos Edifícios «deve ser visto como uma ajuda na implementação das melhorias para tornar o parque edificado mais eficiente».

Nelson Lage, Presidente da ADENE.

O presidente da associação destacou também relevância da Estratégia de Longo Prazo de Combate à Pobreza Energética que permite «ir ao encontro das famílias mais frágeis e, também, criar as condições mínimas para que estas pessoas tenham capacidade para manter a casa adequadamente aquecida». O Vale Eficiência e a Tarifa Social são a «forma mais direta de ajudar as famílias economicamente vulneráveis e potencialmente em situação de pobreza energética».

“Há muito para fazer para melhorar a eficiência energética do parque habitacional. Não é um esforço da ADENE, é um esforço comum”

De acordo com Nelson Lage, para acelerar esta renovação do parque edificado são necessários três pontos importantes: «mais mecanismos de financiamento direcionado para o setor; criar novos incentivos fiscais; simplificar o processo de certificação energética, que deve ser simples e acessível». A ambição da nova diretiva europeia irá «trazer mais ação e resultados». O combate à pobreza energética «é uma prioridade e a ADENE está na linha da frente. Temos vontade de começar e já temos tudo preparado para começar a trabalhar».

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