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Soluções para construção nova são distintas de soluções para reabilitação

Soluções para construção nova são distintas de soluções para reabilitação

Perante a necessidade de escolher materiais impera a inércia de aprender e mudar, as pessoas prendem-se a soluções do passado e tentam replicar soluções para construção nova no campo da reabilitação, o que não pode ser comparável.

Este foi precisamente o tema da sessão “Premiar a Sustentabilidade – desde o Projeto à Execução”, coorganizada pela Fassa Bortolo, que decorreu a 25 de novembro, parte da Semana da Reabilitação Urbana do Porto.

A necessidade de uma maior atenção a critérios de sustentabilidade obriga a novas soluções na relação da arquitetura com a natureza, e a Fassa Bortolo está empenhada no desenvolvimento de materiais que sejam ecológicos durante todo o seu ciclo de vida. Para isso, o Eng. Técnico da Fassa Bortolo presente na sessão explica que são consideradas 5 componentes, a saber: a extração de matérias-primas; a produção; a trabalhabilidade do material; a durabilidade; e, por fim, a remoção e reciclagem.

Neste sentido, existe já um conjunto de produtos pensados para reduzir a pegada de carbono do setor, como é o caso da “PURA CAL” parte do sistema de reabilitação de paredes antigas, e que contribuem para a certificação sobre o impacto no meio ambiente (a PURA CAL contribui para a certificação LEED).

Aspetos a ter em consideração em matérias de sustentabilidade

A reabilitação da Estufa do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra levada a cabo pelo Arq. João Mendes Ribeiro foi uma obra premiada, que contou com a colaboração da Fassa Bortolo, e onde foi possível intervir sem descaracterizar a natureza da estufa.

Segundo o Arq. João Mendes Ribeiro, o ponto de partida de qualquer obra de reabilitação deve ser estudar a história do edifício para garantir que a intervenção mantém a natureza da construção. Em segundo lugar, identificar as patologias.

No caso concreto da estufa do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, o arquiteto explica que sobressaíam dois desafios: por um lado, a debilidade dos envidraçados (vidraça de 3 mm) com estrutura de ferro fundida muito delicada; e, por outro lado, a danificação provocada pela chuva e pelo sol na cal das paredes. A solução, pensada para assegurar a manutenção de condições favoráveis para aulas de botânica no espaço, passou por: no primeiro caso, substituir a vidraça antiga por novos vidros com isolamento térmico para evitar sobreaquecimento no Verão, e ao mesmo tempo garantir a transparência plena; e, no segundo caso, aplicar o reboco com cal da Fassa Bortolo.

Por seu turno, o Eng. Tiago Peixoto, presente no painel de discussão da sessão, destacou a importância da relação das argamassas com a pintura. Na sua experiência na Signium teve oportunidade de intervir em obras de renome, tais como a reabilitação da Igreja e Torre dos Clérigos, na cidade do Porto, e mesmo em obras menores Tiago Peixoto recorda que «edifícios como palacetes possuem pintura artística em paredes, tetos e portas, e muitas vezes revestimento a ouro, pelo que a escolha de rebocos adequados é fundamental... uma má seleção de materiais pode resultar em rebocos que se desfazem, que não permitem a parede respirar, e que acabam por dar origem a manchas por concentração de humidade».

Pedro Tomás, Técnico Comercial na Fassa Bortolo e moderador da sessão, encerrou a discussão com uma nota positiva sobre o desenvolvimento de soluções inteligentes que começam a surgir na europa, onde já se faz a incorporação de resíduos em argamassa de cal, produção de revestimentos com propriedades de autorregeneração, introdução de sensores, e outras particularidades.

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