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Especialistas reiteram que Lisboa “tem condições” para atrair empresas

Especialistas reiteram que Lisboa “tem condições” para atrair empresas

Lisboa está na rota do talento e do empreendedorismo, com novas empresas a instalarem-se na capital portuguesa. Estas empresas trazem novas exigências aos espaços que pretendem oferecer aos seus colaboradores.

Qual o impacto destas novas empresas no mercado de escritórios? Quais são os polos de atração e os projetos urbanos que vão fazer a diferença? Estas e outras questões deram o mote à conferência "Lisboa, cidade de talento e de startups", a última sessão da 10ª Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa.

Na primeira apresentação, Frederico Leitão de Sousa, Head of Corporate Solutions da Savills contextualizou Lisboa no panorama das Capitais Europeias e o dinamismo do mercado de escritórios. Como vantagens, o responsável aponta que «temos o mesmo horário de Londres» e somos um «país calmo e tolerante, com um regime fiscal agradável».

“Estamos em 8º lugar entre os principais destinos de investimento na Europa”

Frederico Leitão de Sousa sublinha que «sempre fomos interessantes para as empresas francesas, somos agora também interessantes para outras empresas que tinham escritórios na Europa de leste», adiantando que «estamos em 8º lugar entre os principais destinos de investimento na Europa, crescemos 30% face a 2020».

Frederico Leitão de Sousa, Head of Corporate Solutions da Savills
Frederico Leitão de Sousa, Head of Corporate Solutions da Savills

Em 2021, o responsável informa que «tivemos 200 projetos de investimento direto estrangeiro, mais 30% que no ano anterior». Em termos de taxa de disponibilidade, «8% em Lisboa, mas metade do stock não pode ser considerado por empresas internacionais, procuram um certo padrão, qualidade e eficiência, e o nosso stock não é eficiente», indica Frederico Leitão de Sousa, ou seja, «na realidade é superior, e mostra a escassez de escritórios», acrescenta.

“ Hoje, felizmente, Portugal mantém-se atrativo”

Ricardo Luz, Founder da Gestluz Consultores, moderou a mesa-redonda de debate. O responsável enfatiza que «há uns anos falávamos no que íamos fazer, e hoje felizmente Portugal mantém-se atrativo, e já falamos no que já acontece e já conseguimos fazer».

Filomena Pastor, Investment Director da Portugal Ventures, enfatiza que a empresa tem feito o «trajeto de apoiar projetos em fases iniciais: investimos em várias áreas, e temos tido investimentos em áreas que ligam mais com a construção, por exemplo». A responsável adianta que já investiram «numa fase muito inicial, ou numa startup que aproveita resíduos de borracha para fazer materiais para construção, como pavimentos».

A responsável indica que o «investimento em métodos construtivos, materiais e digitalização é o que penso que pode interessar mais a esta área. Olhamos com especial interesse para este tipo de investimentos».

“ Para haver criatividade precisamos de pessoas e colaboração entre elas”

No decorrer da mesa-redonda de debate, Miguel Reynolds Brandão, CEO da Corkbrick, salientou que «para haver criatividade precisamos de pessoas e colaboração entre elas». Considera que «tudo o que mistura talento e áreas diferentes tem este potencial enorme» e, eventos como a Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa, que «cruzam valências», são «essenciais para o empreendedorismo em geral e para resolver problemas». O responsável revela que, na Corkbrick, «queremos continuar a construir projetos que sejam úteis para outros».

Por sua vez, Inês Sequeira, Diretora do Departamento de Empreendedorismo e Economia Social e da Casa do Impacto da SCML, reitera que «temos sempre a sustentabilidade em conta na Casa do Impacto, nas suas várias vertentes» e que «o nosso maior asset é sempre a comunidade, é aí que somos fortes e conseguimos criar valor».

A responsável sublinha, também, que iniciativas como a Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa são «que é «fundamentais» e espera que as «qualidades que falamos aqui tenham uma continuidade». Frederico Leitão de Sousa frisa também que não tem «dúvidas» de que este tipo de iniciativas «faz sentido», sendo que «muitas vezes as start-ups procuram parcerias para partilhar ideias, negócios, um sentimento de partilha de ideias e de conhecimento. E de certeza que as start-ups as vão receber de braços abertos».

Ricardo Luz reforça que «queremos que os parceiros se continuem a encontrar ao longo de todo o ano: são momentos de concretização».

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