Cidades, habitação e construção, são apenas algumas das áreas ligadas ao imobiliário que estão a atrair cada vez mais interesse dos investidores em start-ups e capital de risco. É o que afirma Filomena Pastor, diretora de Manufacturing & Technology da Portugal Ventures.
A responsável participava numa mesa-redonda durante a sessão “Como a inovação vai mudar a fileira do imobiliário?”, que encerrou a agenda de conferências da Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa, dando nota de que «a dinâmica do mercado de empreendedorismo é extraordinária». Filomena Pastor recorda que «o papel da Portugal Ventures, um dos maiores investidores de capital de risco em inovação, foi mostrar que era possível a investidores e docentes apostar a investir nas empresas, abrindo portas para um ecossistema mais robusto. Hoje há mais dinheiro disponível, temos 2 euros privados para cada euro de investimento da Portugal Ventures». Considera que o interesse nas áreas da cidade, habitação ou construção «poderia ser muito mais exponenciado se houvesse um conceito de cidade definido a médio prazo».
Na mesma ocasião, Ricardo Luz, Founder da Gestluz Consultores, destacou que «a inovação sempre foi um fator de sucesso. Sempre se disse que estava tudo inventado, e depois que afinal estava tudo por inventar. Sempre houve tecnologia a melhorar as soluções, e a criatividade e capacidade humana de criar novos produtos existe também em Portugal. E nunca houve tanta disponibilidade para nos ouvirmos uns aos outros. Para quem é empreendedor, o mundo tem muitas oportunidades».
Paulo Serôdio, arquiteto e autor do podcast Arquitectura Agora, afirmou que «para além de uma ideia tecnológica, a inovação pode conciliar a disciplina da arquitetura» com as necessidades humanas e ambientais. «É importante aprender com o passado as melhores lições para o futuro. Antes de imaginar um futuro tecnológico, devemos olhar para o passado, quando construímos usando os recursos disponíveis». Considera que «a arquitetura é mais do que um projeto de design, é um processo integrado, desenvolvido de forma interdisciplinar».
Pedro Amendoeira, participando em representação de António do Fundo Ferreira, do atelier Adoff Arquitetos, vencedor do Prémio Jovens Arquitectos, considera que «a realidade do escritório e o nível mais abrangente têm de dialogar, não podem estar em confronto. A tecnologia tem de fazer a ponte entre as necessidades do imobiliário e a sustentabilidade».
Inova(RE) promoveu 12 empresas na Semana da Reabilitação Urbana
De recordar que, pela primeira vez este ano, a Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa incluiu o espaço Inova(RE), que promoveu 12 empresas durante o evento, com especial foco na tecnologia, sustentabilidade e impacto social.
Este espaço reuniu algumas das melhores soluções tecnológicas aplicadas à construção e imobiliário, e os materiais mais novadores, contando com a participação de empresas já consolidadas, empreendedores e start-ups, várias com investimento da Portugal Ventures.
Sebastião Ataíde, da Goma by Flowco, comentou neste debate que «estes espaços são fundamentais para empresas como a nossa terem espaço junto de empresas já bem estabelecidas. Só assim podemos chegar ao investimento. Ajudam a promover um pouco do nosso produto», conclui.