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Ci apresenta novo índice de custos de construção na Semana da Reabilitação do Porto

Ci apresenta novo índice de custos de construção na Semana da Reabilitação do Porto

A 22 de novembro, a Confidencial Imobiliário e a FEUP – Universidade do Porto apresentaram o novo SICC – Sistema de Informação de Custos de Construção no âmbito da Semana da Reabilitação Urbana do Porto, numa sessão coorganizada pelas duas entidades.

Na ocasião, Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, explicou que o SICC «é um sistema de informação sobre custos de construção», e que «o seu lançamento vem responder à ausência de dados numa área crítica para o sucesso das operações de promoção imobiliária». Resulta de uma parceria entre a Confidencial Imobiliário e a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

O responsável explicou também que «este sistema é baseado num processo de recolha e uma lógica, mas precisa de ter o racional para captar os dados, e ter momento e metodologia para captar informação. Precisamos de um estímulo para levantar esta informação, para não ser só um projeto teórico», apela.

Neste momento, o SICC «conta com o envolvimento operacional por parte dos principais bancos da nossa indústria. Tem já cerca de dois anos de desenvolvimento, e foi fundamental envolver progressivamente a banca neste projeto, é um stakeholder fundamental no mercado, e sabemos que o mercado da construção e do imobiliário é muito pulverizado, com muitos operadores, cada um com um pedaço de informação que é difícil de juntar numa base de dados e num sistema, mas todos eles acabam por se cruzar muito ou pouco com o sistema financeiro». Assim, «envolvemos a banca no contexto do pedido de crédito à habitação. Um dos itens da check list da documentação necessária será assim o preenchimento desta ficha sobre os custos de construção (não obrigatório). A nossa função é juntar e reunir os operadores, e já temos esta rotina». Essa ficha pode ser preenchida «por quem está próximo da obra, ainda que não seja o próprio dono de obra».

Em contrapartida, Ricardo Guimarães realça que «a própria banca pode criar a sua própria base de dados e métricas de benchmarking de análise de risco». E conclui que «estamos muito entusiasmados com este projeto importante, e pelo facto de termos conseguido envolver estes parceiros fundamentais, e pelo apoio institucional que temos».

Por seu turno, Bento Machado Aires, Presidente da Ordem dos Engenheiros - Região Norte, destacou que «hoje, informação é valor. Precisamos de a sistematizar para credibilizar o setor da construção e do imobiliário. Este sistema precisa de ser alimentado e do comprometimento de todos os stakeholders, para que tenhamos informação certificada e credível». Reiterando o apoio da instituição a esta iniciativa, e referindo que «a engenharia vê com bons olhos estes sistemas, eles próprios são engenharia, do lado da informática e dos dados, é uma responsabilidade que é de todos».

Explicando um pouco mais sobre o SICC, Vasco Peixoto de Freitas, Professor da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, afirmou que «o objetivo é desenvolver um sistema de informação de custos de construção, que pode ser usado para a construção nova e para a reabilitação. Se tivermos índices com uma base muito sólida permanentemente alimentada, contribuímos para maior facilidade de acesso a custos de construção».

Isto numa altura em que «quem é projetista hoje tem grande dificuldade em fazer uma estimativa viável, e este sistema pode ser um contributo também para as empresas compararem e alimentarem esta base de dados, cada vez maior. Na conjuntura atual, os custos são muito voláteis, em permanente mudança, uma base de dados dinâmica e que permita atualização periódica, terá enorme importância nesta conjuntura».

A ideia é «conseguir um valor de custo de construção por metro quadrado de área bruta, e sermos capazes de poder comparar com um referencial de mercado, e perceber em que percentil estamos». O sistema baseia-se em edifícios predominantemente residenciais, e vai distinguir a informação tendo em conta as especificidades regionais.

O método deste sistema assente em 5 grandes grupos em termos metodológicos, nomeadamente os custos gerais, que incluem estaleiro, demolições, descontaminação de solos, arqueologia, arranjos exteriores; custo da estrutura, que incluem todos os elementos estruturais; custo da envolvente, ou seja, «tudo o que separa o interior do exterior, tem peso muito significativo»; custo não-estrutural dos elementos interiores da construção, que inclui «tudo o que está dentro do edifício, como paredes, revestimentos, vãos interiores, armários, sanitários», entre outros; e custo das instalações, como drenagens, AVAC, energias renováveis, elevadores, instalações de gás.

Vasco Peixoto de Freitas realça que «a comparabilidade é uma grande vantagem deste sistema. Vai permitir uma segmentação, a partir da análise que foi feita». E conclui que «tendo estes números, poderemos ter um referencial, que será tanto mais preciso e rico, quanto maior e mais atualizada for a base de dados. Será um caminho útil para contribuir para uma maior análise e rigor dos custos de construção, por isso colaborámos desde o início».

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