Eficiência Energética

Portal Casa+ quer “passar a eficiência do papel para a realidade”

Portal Casa+ quer “passar a eficiência do papel para a realidade”

Está oficialmente lançado o novo Portal Casa+, uma iniciativa da ADENE que reúne num só portal toda a informação necessária a profissionais e consumidores sobre eficiência energética e hídrica. A ideia é «passar a eficiência do papel para a realidade, garantindo conforto e redução dos consumos».

As palavras são de António Batalha, gestor do Casa+ da ADENE, que falava durante o webinar de apresentação do portal aos profissionais da fileira da construção e do imobiliário. Acredita que o portal «vem dar resposta à conversão da informação em melhorias, poupanças e melhoria dos consumos, e responde à diretiva EPBD 2018, que prevê dar mais informação aos consumidores sobre este tema».

Falando na abertura desta apresentação, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, destacou que «em boa hora a ADENE lança este novo portal, que permite ter a informação centralizada», considerando este um «um instrumento fundamental para os consumidores para a concretização das melhorias da sua habitação. Aqui estará disponível toda a informação sobre os apoios financeiros disponíveis», enaltecendo a importância do «esclarecimento dos cidadãos» e da contribuição para «a literacia da eficiência energética».

O Casa+ é baseado em oito áreas de atuação distintas, nomeadamente os isolamentos térmicos, janelas eficientes, climatização de água quente sanitária, ventilação, auditoria e certificação, energias renováveis, arquitetura bioclimática, e eficiência hídrica.

No que toca ao consumidor, o Casa+ pretende indicar medidas concretas de melhoria das condições da habitação, nomeadamente soluções de eficiência energética, quais os melhores profissionais e empresas para o efeito, disponibilizar informação sobre programas ou incentivos em vigor e propostas de financiamento.

Para os profissionais, entre as principais vantagens estão a reunião num só portal de informação sobre as soluções de sustentabilidade a implementar, garantir a ágil comunicação com os consumidores ou a concorrência leal entre as empresas. Os técnicos em particular podem beneficiar de apoio na implementação destas medidas de melhoria.

Esta apresentação incluiu uma mesa redonda de debate. Dando algum contexto sobre o momento imobiliário atual, em tempo de pandemia, António Gil Machado, diretor do grupo Iberinmo, destacou que «a pandemia veio alertar para a qualidade da habitação, mas agora muitos de nós estamos em casa e percebemos que precisamos de investir mais, porque não tem o conforto necessário para passarmos o dia, por exemplo. Regressa o encanto do pequeno jardim, das varandas, das vivendas». E salienta que «existe investimento disponível para fazer este investimento necessário. É uma oportunidade, nomeadamente através dos apoios disponibilizados no Plano de Recuperação e Resiliência», mas admite os riscos da falta de mão-de-obra e do aumento dos custos de instalação.

No debate participou também Vítor Ferreira, da plataforma Habitat Sustentável, concorda que «as pessoas olham agora mais para as suas casas e identificam necessidades de maior conforto», e identifica que «a sociedade em geral é cada vez mais sensível para as questões da sustentabilidade, e isso marca o mercado e cria necessidade de uma nova forma de construir espaços mais duráveis, mais sustentáveis». Considera que, para conseguir mais sustentabilidade, «será muito importante pela circularidade das soluções, que têm de dar capacidade para recuperarmos e reciclarmos o que usamos para construir, criar novos modelos de negócio que criem novas áreas de competitividade mais interessantes, e que permitam edifícios com menor impacto ambiental e social».

Por seu turno, Ana Tapadinhas, da Deco Proteste, destacou a importância de o consumidor ter acesso a este tipo de informação. Acredita que «só um trabalho em rede vai contribuir para aumentar a literacia dos consumidores. O Casa+ é um ótimo exemplo disso. Mas a literacia tem também de ter uma componente de acompanhamento dos consumidores mais vulneráveis».

Paulo Santos, da ADENE, salientou o grande objetivo deste portal: «converter o potencial latente identificado a partir dos certificados energéticos em obra e algo concreto em termos de benefícios de poupança de energia, maior conforto e sustentabilidade».

Considera que «os agentes mobilizadores têm um papel de interface entre os dois lados da equação, os consumidores e as empresas. temos de perceber as necessidades de cada um. A poupança, bem-estar e conforto são essenciais do lado dos consumidores, e temos de ter isso em conta e dar resposta a isso. As empresas, procuram mercado, negócio e oportunidade para prosperar. Enquanto agente mobilizador, a ADENE quer criar condições favoráveis para uma boa dinâmica entre estes dois lados», conclui.

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