Dois em cada três edifícios em Portugal, para os quais foi emitido um certificado energético nos últimos anos, apresentam classe energética C ou inferior, mostram os dados do Sistema de Certificação de Edifícios (SCE), com base nos 1,56 milhões de certificados energéticos emitidos desde 2014.
Segundo os dados, apenas 2,5% dos certificados emitidos tem classe A+, 10,3% classe A, 10,6% classe B e 9,6% classe B-. A certificação C tem a maior fatia, de 25%, seguida pelos 21,5% da classe D, 13% da classe E e 7,6% da classe F.
No que toca a habitação, foram emitidos 13,8 milhões de certificados energéticos desde 2014. Neste segmento de edifícios, dominam as classes C (22,1%) e D (23,3%), seguidas pela E (14,5%) e pela A (11,1%). Apenas 2,8% tem classificação A+, e 8,4% ainda tem certificação energética F.
Lisboa, Porto e Sintra são os concelhos com mais certificados energéticos emitidos neste período, tanto na habitação como na generalidade dos segmentos. Na capital, foram emitidos 153.030 certificados energéticos, 130.295 dos quais habitação. No Porto, foram emitidos 71.204 certificados, 59.516 dos quais habitação.
2019 foi o ano em que mais certificados foram emitidos para habitação, 189.919 certificados, valor que desceu para os 178.357 certificados em 2020, ano do início da pandemia, e que recuperou para os 182.547 em 2021.
No caso dos serviços, o pico foi atingido em 2017, num total de 24.438 certificados, valor que tem vindo a descer gradualmente, num total de 19.817 certificados emitidos em 2021.
No que toca à habitação, o número de certificados emitidos para edifícios novos tem vindo a destacar-se progressivamente dos edifícios concluídos reabilitados. Se em 2015 a diferença era de 947 para 107, respetivamente, esse diferencial passou para os 17.324 certificados para edifícios novos e 3.011 para edifícios reabilitados em 2020. No ano passado, registou-se uma quebra para 11.599 e 2.019 certificados emitidos, respetivamente.
Este ano, já foram emitidos 2.719 certificados energéticos, 2.733 dizem respeito a edifícios existentes. 21,8% têm classificação energética D, 19,1% classificação C, 15,2% E e 8,6% F. Outros 15,2% dizem respeito a classificação A, e 7,2% a classificação A+ e também a B. A classe B- representa 5,7%.