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Setor pede valorização dos profissionais da construção



                      Setor pede valorização dos profissionais da construção

A industrialização da construção não é uma novidade, é na verdade uma tendência global e que, no contexto atual, tem acelerado para responder às necessidades de sustentabilidade e de poupança de recursos. O tema deu mote à conferência ‘O desafio da industrialização e os custos na construção’ e que decorreu na manhã do dia 24, no âmbito do ciclo de conferências da Semana da Reabilitação Urbana do Porto.

Aqui bem perto, em Espanha, a industrialização da construção segue a bom ritmo, tal como contou José María Quirós, Delegado de Industrialización da AEDAS Homes, que participou nesta conferência via Zoom. Na sua opinião para a industrialização da construção ser definitivamente um produto muito competitivo face à construção tradicional «são precisos mais ‘players’ que lhe permitam ganhar escala e reduzir custos».

Por cá, em Portugal, a industrialização da construção «já não é coisa nova», reconheceu Paulo Carapuça, Administrador do Grupo Casais. «Pré-fabrico não é desprestigiar a qualidade da construção. Temos vários projetos, habitacionais ou residências de estudantes, em que a pré-fabricação foi a opção, por exemplo, para as casas de banhos. E esta opção permitiu-nos produzir em fábrica enquanto em obra seguiam as estruturas».

E se durante muito tempo o setor criticou a falta de flexibilidade da habitação industrializada, hoje a indústria garante que esta é uma dificuldade ultrapassada. «A habitação industrializada, muito modular, muito parecida, que não permitia nenhuma flexibilidade ao projetista já não existe. Hoje não é assim. Hoje temos tecnologia para industrializar a construção de forma a adaptar-se às exigências de qualquer arquiteto», comentou Ávila e Sousa, Diretor Técnico e Marketing do Grupo Preceram.

«Temos de apostar na valorização e qualificação profissional»

O debate que marcou a manhã do dia 24 de novembro contou com as participações de Paulo Carapuça, Ávila e Sousa, Cristina Cardoso, Responsável Serviços de Engenharia da AICCOPN; Vasco Peixoto de Freitas, Professor da FEUP; Hugo Santos Ferreira, Presidente da APPII; e Carlos Suárez, Administrador da Victoria Seguros. E as conclusões podem resumir-se nas palavras de Paulo Carapuça «temos de valorizar as profissões ligadas à construção. Temos de apostar na valorização e qualificação profissional» de outra forma a falta de mão-de-obra irá continuar sem solução.

Faltam 70.000 profissionais no setor da construção

Na opinião de Cristina Cardoso o «setor não está a ser atrativo para os jovens», pelo que «é muito importante requalificar os profissionais e a sua designação».

Um momento importante e que marcou esta conferência foi também a apresentação do SICC – Sistema de Informação de Custos de Construção, um serviço desenvolvido, em parceria, pela Confidencial Imobiliário e pela FEUP.

Um novo serviço de informação que ganha uma importância acrescida no contexto atual. Tal como referiu o professor Vasco Peixoto de Freitas «precisamos de comparar e de avaliar», algo que «com o SICC fica mais fácil».

FEUP e Confidencial Imobiliário apresentam SICC

Em arranque, este projeto-piloto vai recolher «entre novembro e janeiro, informação para criar uma base de dados com cerca de 300 orçamentos. E em junho de 2022 apresentaremos as estatísticas produzidas dos relatórios submetidos», explicou Ricardo Guimarães, Diretor da Confidencial Imobiliário.

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