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Portugal ainda longe da generalização da construção Industrializada



                      Portugal ainda longe da generalização da construção Industrializada

Este foi um dos consensos gerais a que se chegou na primeira sessão do ciclo de conferências da Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa 2022, que na manhã desta terça-feira teve como mote inaugural "A Construção modular e industrialização – o desafio de futuro!".

Pedro Lopes, Diretor de Desenvolvimento e Inovação do Grupo Casais, reforçou que é necessário apostarmos na inovação, «em novas formais de construir, com mais segurança, implementando medidas a favor do meio ambiente. No fundo, garantir que os recursos que usamos são os mais sustentáveis possíveis», destacando a madeira como um recurso de «futuro vibrante» pois «cresce, constrói e volta a crescer».

Outro dos participantes nesta conferência, Pedro Luz, Account Manager Engineer na UPONOR, revelou que, em Portugal e Espanha, apenas 1% das construções são feitas com esta tecnologia, que permite «menor consumo energético e menor pegada de carbono. Diminui, também, o custo final da produção.» Refere também que «a construção em Espanha, dentro do paradigma da construção modelar e industrial, já é uma realidade» sendo que «em Portugal, nas nossas universidades, é um assunto esquecido. Há que incentivar a uma mudança de mentalidade».

Concedendo um ponto de vista mais arquitetónico, Margarida Caldeira, arquiteta na Broadway Malyan, confessa que “fazer arquitetura para a construção industrializada é um desafio para a arquitetura, pois exige que o projeto seja aos milímetros, não podem ocorrer falhas”. Acredita que «não pode haver construção modelar se o projeto não for pensado desde o início dessa forma. Temos que ter em conta o tempo, que é muito menor neste tipo de construção», apesar de considerar que em Portugal estamos longe dessa indústria, «aqui não é tão mais barata. Construímos ainda do modo tradicional, mas já há métodos executados deste tipo de indústria».

Joaquim Lico, CEO da Vogue Homes, assume que «hoje um dos maiores problemas é escalarmos os custos e a falta de mão de obra» sublinhando que, a construção modular, atenua essa problemática, «os tempos de construção são muito menores, colmata o problema da mão de obra que cada vez é mais escassa. E, claro, a descarbonização»., reforçando a ideia de que «tem de haver uma união entre produtores e indústria. Quanto maior for a qualidade do edifício, menor serão os custos energéticos nesses edifícios».

De acordo com Pedro Tomás, da Direção Comercial-Capo Área da Fassa Bortolo, «a facilidade no envio de materiais de construção, concedido por esta tecnologia, permite uma maior sistematização das equipas aos próprios materiais». Miguel Raynolds, Founder & CEO da Corkbrick, assinala ainda que, com este método «temos uma maior reorganização dos nossos espaços, com um processo dinâmico e sustentável».

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