O ano de 2022, que marca o primeiro ano de retoma do turismo no pós-pandemia, tem registado números recordes no que ao setor do turismo diz respeito. A cidade do Porto, amparada por esta dinâmica do turismo, acolheu mais pessoas e empresas que escolheram a Invicta para se instalar. E, indubitavelmente, a aposta na reabilitação urbana tem o seu contributo neste crescimento qualitativo da cidade.
Pedro Lancastre, CEO da JLL Portugal, abriu a sessão “Revamping Porto! Turismo & Empresas – alavancas da reabilitação do Porto”, centrada numa análise desta dinâmica positiva do turismo e de que forma vai continuar a acelerar o crescimento da cidade e a sua atratividade como lugar para viver, trabalhar e desfrutar. O responsável pela JLL declarou que o Porto é «um mercado que se mantém na crista da onda» e uma «cidade que cresce em todos os setores, que está no radar mundial».
Uma cidade que aposta na reabilitação
No seguimento destas considerações, Joana Fonseca, Head of Strategic Consultancy & Research da JLL Portugal, e Caetano Bragança, Head of Workplace Strategy da JLL Portugal, deram alguns exemplos de casos de sucesso de reabilitação no Porto. Joana Fonseca refere que «se há dez anos a reabilitação representava apenas 10% em construções novas, hoje temos 17,7% em reconstruções vs habitação nova».
Constatou também que «entre 2011 e 2021 o número de estrangeiros que vivem no Porto foi de 121%. O Porto, de facto, é uma cidade para viver, trabalhar e visitar». Entre 2016 e 2022, 85 novas empresas vieram pela primeira vez para a região, ocupando 60.600 metros quadrados, indicou.
Caetano Bragança ao abordar o tema da construção do novo espaço da Natixis no Porto, que foi apoiada pela Tétris, empresa de arquitetura e construção da JLL em Portugal, reforça que «o trabalho híbrido está em todas as instituições financeiras em Portugal e fora do país». Para o representante da JLL, «o Porto efetivamente mudou: alicerçado na sua notoriedade turística, na sua capacidade de regeneração, na sua atratividade empresaril e no espírito visionário de tantos que trabalham e investem na cidade. O futuro será ainda mais positivo».
Mesa-redonda de debate
Na discussão sobre o respetivo tema, Catarina Santos Cunha, Vereadora do Pelouro do Turismo e da Internacionalização da Câmara Municipal do Porto, admitiu que o trabalho que o município tem realizado na cidade «é notável», reforçando a necessidade de «continuar com este trabalho: reabilitar e continuar a trabalhar lado a lado com os privados».
“Compromisso de mostrar mais Porto”
Catarina Santos Cunha sublinha «a grande vontade» demonstrada por todas as áreas em tornar esta cidade mais atrativa, apontando para «o compromisso que temos de mostrar mais Porto». A vereadora revelou que pretendem aumentar o tempo de permanência na cidade e que «estamos a preparar um conjunto de trabalhos para que as pessoas permaneçam mais tempo, atraindo indivíduos com maior poder de compra, para alavancar a economia da cidade».
Catarina Santos Cunha vincou ainda a aposta na habitação que é de facto uma das prioridades, mencionando o programa Porto com Sentido, algo que «para o turismo constitui também uma vantagem».
Tiago Violas, CEO do grupo Violas Ferreira, consente que há uma «série de pilares que tornam o Porto atrativo» mas há um que se destaca: «a disponibilidade de recursos humanos altamente qualificados» que a região apresenta. Destaca assim o trabalho realizado pelas universidades que «têm feito um trabalho fundamental neste talento disponível. Temos tanto talento disponível e ainda tão barato. Temos de nos valorizar».
“O Porto é uma marca além do nome”
Álvaro Carvalho, Administrador da Pluris Investments, assinala o Porto como «uma marca além do nome», uma cidade que dispõe de «um conjunto de “chamarizes” que fazem com que as pessoas venham ao Porto». Para o responsável pela Pluris Investments, o «Porto não é uma marca que é de agora» e que é «uma cidade que cresceu muito nos últimos 20 anos e que tem ainda muito por onde crescer». Álvaro Carvalho destacou o trabalho que a Câmara está a fazer na reabilitação de Campanhã, apontando ainda para outras freguesias, como é o caso de Cedofeita, que ainda precisa de ser reabilitada.
“Uma nova oportunidade para o setor do imobiliário”
De acordo com Joaquim Lico, CEO da Vogue Homes, a promotora imobiliária identificou no Porto «uma nova oportunidade para o setor do imobiliário», destacando «o clima muito favorável ao investimento» que a Câmara Municipal do Porto criou «onde as coisas de facto funcionam». O responsável pela Vogue Homes apontou ainda para a «elevadíssima qualidade que encontramos no Porto, em hotelaria e restauração» e que «há muitos municípios do país que deveriam retirar lições de como funciona o Departamento do Urbanismo do Porto. São muito facilitadores».