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Falta oferta, "o que está produzido está vendido"



                      Falta oferta, "o que está produzido está vendido"
Ricardo Guimarães, Diretor da Confidencial Imobiliário, na Semana da Reabilitação Urbana do Porto 2023.

A falta de oferta de habitação tem sido recorrentemente invocada para explicar as dificuldades das famílias em encontrar habitação no mercado e, efetivamente, «os números assim o comprovam», afirmou Ricardo Guimarães. Para o Diretor da Confidencial Imobiliário, que falava durante a conferência “Market update – Confidencial Imobiliário, no dia 6 de novembro, no âmbito da Semana da Reabilitação Urbana do Porto, considerando o número de fogos concluídos e o número de fogos vendidos, «fica evidente o nosso muito baixo volume de construção».

A par de uma oferta curta, Portugal atravessa um forte fluxo de população imigrante. «O número de estrangeiros a residir em Portugal passou de cerca de 400 mil, em 2016, para 780 mil, em 2022. São quase mais 400 mil habitantes a residir em Portugal. E já se fala em quase um milhão de estrangeiros em 2023».

Se por um lado temos falta de oferta e por outro mais procura, temos explicados os principais fatores do agravamento no acesso à habitação. «Estes dois gráficos fazem a síntese essencial: um choque muito efetivo de falta de oferta e um grande influxo de estrangeiros que altera por completo o paradigma do nosso mercado», concluiu.

Como compara Portugal com os restantes países da União Europeia?

Para Ricardo Guimarães é evidente que Portugal tem um «défice de construção de habitação». Dados do Eurostat evidenciam que, entre 2013 e 2022, em Portugal «foram construídos 17 fogos por cada 1000 habitantes, o que contrasta com uma média da União Europeia, de 45 fogos por cada 1000 habitantes».

Se projetássemos para Portugal uma construção ao ritmo da média da União Europeia tínhamos tido neste ciclo de dez anos, uma construção de quase 470 mil fogos. «Isto resulta num défice de cerca de 300 mil fogos». Um défice que tem de ser colmatado «quer por via da construção nova quer da reabilitação urbana».

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