Por ocasião do lançamento da empreitada de requalificação do Bloco F, no Bairro da Ponte de Anta, no mês de dezembro, a Câmara Municipal de Espinho anunciou a revisão da Estratégia Local de Habitação. Um trabalho «em curso» e que «pretende aumentar o investimento de 5 milhões de euros que encontramos previsto para o Programa 1º Direito e para a intervenção no domínio da habitação num investimento global na ordem dos 80 milhões de euros, indo ao encontro das reais necessidades dos Espinhenses e abrindo portas ao maior investimento público alguma vez realizado em Espinho», assinala a Câmara Municipal, em declarações à Vida Imobiliária.
Trata-se de um investimento que o Município quer «estender a todo o concelho» através de «mecanismos que facilitem e democratizem o acesso à habitação», seja pelo incentivo à criação de novos fogos a preços acessíveis, seja pela dinamização do mercado de arrendamento a custos controlados.
Habitação é «prioridade absoluta» da governação municipal
O Município assume que «uma parte muito importante do futuro de Espinho depende daquilo que, enquanto sociedade, formos capazes de fazer e proporcionar no domínio da Habitação».
As dificuldades e constrangimentos que Espinho e os seus habitantes enfrentam no que diz respeito à habitação estão bem identificados e, à semelhança de uma boa parte das cidades nacionais, Espinho tem «uma oferta muito inferior à procura para aquisição de habitação, escassez de fogos no mercado de arrendamento e uma forte pressão no mercado imobiliário».
«Quando olhamos para os números e percebemos que o custo da habitação é mais caro em Espinho do que em todos os nossos concelhos limítrofes e sabendo, por exemplo, que uma casa de 100m2 custa em média mais 50 mil euros em Espinho do que em Santa Maria da Feira, conseguimos compreender porque é que as classes médias e as famílias têm muita dificuldade em aceder ao mercado de habitação e, gradualmente, têm vindo a sair para os concelhos vizinhos.».
Para inverter esta dinâmica, o Município defende «políticas públicas de habitação fortes e verdadeiramente capazes de promover a coesão e desenvolvimento social».
É com este desígnio que tem vindo a trabalhar e que o arranque da reabilitação do Bairro da Ponte de Anta (Bloco F) assinala. Esta empreitada representa um investimento de 331.150,26 euros, integrado numa candidatura aprovada para um investimento total de 489.917,30 euros ao abrigo do programa 1º Direito e do financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência.
Trata-se de um edifício construído em 1985, na 3ª fase de construção do Bairro da Ponte de Anta, com o apoio do Fundo de Fomento da Habitação, onde se avança com a requalificação de 12 fogos, das fachadas e da cobertura.
No lançamento da empreitada de reabilitação do Bloco F, no Bairro da Ponte de Anta, no dia 16 de dezembro, estiveram presentes Miguel Reis, Presidente da Câmara Municipal de Espinho; Marina Gonçalves, recentemente nomeada Ministra da Habitação; e Isabel Dias, Presidente do IHRU – Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana.