A urgência climática é incontestável, e hoje todos os setores são chamados e motivados a seguir o caminho da descarbonização, incluindo a construção. Foi com esse mote que a Reynaers Aluminium e a A400 organizaram a conferência “Responsabilidade ambiental, fundamentos para a descarbonização da construção”, no âmbito da Semana da Reabilitação Urbana do Porto.
Maria Santos, da A400, destacou na sua apresentação que a empresa «tem implementado medidas para reduzir as emissões diretas e indiretas, da operação e da energia, temos feito ações de formação internas, participação no mercado com a integração da pegada de carbono dos materiais que estamos a usar, produção de energias renováveis nas nossas instalações, e uma ação contínua nos processos de certificação e sustentabilidade dos edifícios enquanto um dos nossos grandes focos neste momento». Para chegar à neutralidade carbónica, «atuamos ao nível do edifício, dos espaços urbanos, na nova construção, e na operação, nomeadamente com certificações, nomeadamente LEED ou BREEAM In-Use, e na parte mais corporativa com a agregação destes indicadores para conseguirmos ter relatórios de ESG mais robustos, e um alinhamento com estratégias de descarbonização mais alinhadas com a estratégia europeia». E salienta que «a UE tem vindo a motivar à descarbonização em todos os setores, e a construção não é exceção», nomeadamente através do European Green Deal e da taxonomia europeia, que dão «medidas concretas do que podemos fazer nos edifícios».
Por seu turno, Paulo Santos, da Reyners Portugal, também salientou as preocupações da Reynaers com a sustentabilidade, que não são de agora: «não nos limitamos aos desempenhos dos edifícios com caixilharia feita por nós, pensamos também de onde vêm os materiais, e o que lhes acontece em fim de vida. Olhamos do ponto de vista dos edifícios em si, como podemos contribuir positivamente, tendo em conta também a envolvente e o clima».
E, por outro lado, «a circularidade é também importante para nós, por exemplo, tendo em conta o tempo de vida útil dos materiais, pois há grande consumo de recursos aquando da fabricação, e faz diferença um caixilho durar 5 ou 20 anos. Fazer com que o material dure mais é sempre a opção mais sustentável». O responsável recorda que «a redução nos consumos é um ganho incorporado para quem compra».
Por isso, aumenta hoje a necessidade de alinhar os edifícios com estas exigências ambientais. As certificações BREEAM e LEED foram escrutinadas nesta sessão pelas duas empresas, como exemplo das ferramentas que podem ajudar a encaminhar este esforço de sustentabilidade, através da consideração de vários critérios específicos. Segundo Maria Santos, «houve um grande aumento de registos LEED e BREEAM em Portugal, e há uma grande procura, o que espelha o alinhamento com os objetivos da UE».