Os estrangeiros adquiriram cerca de 790 imóveis residenciais na Área de Reabilitação Urbana (ARU) de Lisboa até junho, num total de 403 milhões de euros de investimento.
O ticket médio de investimento dos estrangeiros fixou-se nos 509,0 mil euros e as aquisições foram realizadas por compradores provenientes de 60 países diferentes, de acordo com os dados apurados pela Confidencial Imobiliário, que contemplam transações de habitação concretizadas por particulares na ARU de Lisboa.
Neste período, o montante investido por estrangeiros fica em linha com os níveis médios semestrais dos últimos três anos, fixando-se entre os 360 e os 390 milhões de euros.
No entanto, os dados fornecidos pela CI indicam que há uma redução de 32% comparativamente ao semestre anterior, todavia este período registou um investimento recorde de €592,5 milhões, refletindo uma antecipação das aquisições devido às alterações nos critérios de elegibilidade dos vistos gold, em janeiro seguinte.
Nos primeiros seis meses do ano, 56% do montante internacional foi investido por cinco nacionalidades: os franceses foram os compradores mais ativos, investindo €71,6 milhões, o equivalente a 18% do montante internacional, seguidos dos norte-americanos que aplicaram €48,4 milhões (quota de 12%).
A fechar o "top-5" estão os chineses, com um investimento de €38,7 milhões (quota de 10%), os britânicos, cujo montante investido subiu para €33,2 milhões, e os brasileiros, que alocaram €32,8 milhões à compra de habitação.
De destacar que compradores oriundos do Brasil são quem mais investe por operação, apresentando um ticket médio de investimento de €763,3 mil. Este valor situa-se cerca de 40% acima do montante médio aplicado pelos franceses, norte-americanos e britânicos, cujos tickets se situam entre os €525,0 mil e os €566,0 mil. Os chineses são quem investe menos, situando o seu ticket médio em €464,2 mil.
As freguesias de Santo António, Avenidas Novas, Estrela, Arroios, Misericórdia e Santa Maria Maior agregam 73% do investimento internacional até o mês de junho. As freguesias de Santo António, Avenidas Novas e Estrela registam quotas de 13% do montante internacional, com 50 a 53 milhões de euros de compras internacionais.
Já Arroios e Misericórdia têm uma quota de 12% cada, com investimentos na ordem dos €47 milhões, e Santa Maria Maior, com uma quota de 11% agregou 43 milhões de euros de investimento.
No primeiro semestre, a ARU de Lisboa atraiu 1.225 milhões de euros de investimento em habitação num total de 3.100 imóveis adquiridos. Os estrangeiros foram responsáveis por 33% das compras em valor e 26% em número de operações.
De acordo com os dados fornecidos pelo databank, em número de operações a quota nacional foi de 74%, o correspodente a 2.275 operações. No primeiro semestre, em termos de investimento nacional, registou-se uma variação de 4% face ao semestre anterior, onde foram investidos 792 milhões de euros.
A Confidencial Imobiliário refere ainda que, mesmo com a predominância nacional no volume de investimento, os compradores estrangeiros investem, em média, mais 40% por operação que os portugueses, comparando-se tickets médios de €509,0 mil e €361,5 mil, respetivamente.