Semana RU

12.ª edição da Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa regista afluência recorde



                      12.ª edição da Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa regista afluência recorde

De 25 a 27 de fevereiro, o Beato Innovation District, em Lisboa, recebeu pela primeira vez a Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa, naquela que foi a edição mais participada de sempre, contabilizando mais de 18.000 registos realizados pelas mais de 2.600 pessoas que marcaram presença, superando as expetativas da organização.

Ao longo dos três dias, estiveram ali reunidas mais de 60 entidades e parceiros, combinando as componentes de exposição e mostra de empresas e tecnologias, com um ciclo de 24 conferências, debates, workshops e seminários jurídicos, que trouxeram a palco mais de 100 oradores.

A Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa ficou marcada por debates de grande relevância para o setor, com destaque para o primeiro balanço à execução do plano "Construir Portugal" e do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), bem como para o primeiro grande debate público dedicado à Nova Lei do Solos. A transformação do setor da construção esteve em foco, analisando-se a crescente industrialização e a rapidez na resposta às necessidades de habitação, além do impacto da inteligência artificial (IA) na construção e no imobiliário. A sustentabilidade, tema incontornável, dominou a agenda, com ênfase nos desafios da eletrificação e da descarbonização dos edifícios e das cidades.

O evento também deu palco ao debate sobre o novo Plano Diretor Municipal (PDM) de Lisboa e as perspetivas económicas e decisões de investimento num contexto internacional desafiante. A regulação do alojamento local na capital foi amplamente discutida, com operadores a partilharem visões sobre o futuro do setor. Além disso, a Semana da Reabilitação Urbana destacou o talento nacional, dando voz a uma nova geração de arquitetos que está a redefinir a qualidade da arquitetura e do ambiente construído, com o Prémio Jovens Arquitectos (PJA).

Falando na sessão de abertura da Semana, a secretária de Estado da Habitação, Patrícia Gonçalves Costa, começou por enaltecer a importância do evento «para se falar de cidade, sendo fundamental ter este momento de partilha de conhecimento para qualquer tomada de decisão. Foi nesta estratégia de diálogo que o Construir Portugal foi desenhado, com o objetivo de consolidar uma política pública de habitação».

Quanto à lei dos solos, a governante referiu que «embora tenha algum receio que as alterações decorrentes agora da apreciação parlamentar possam de algum modo restringir o efeito pretendido, estamos aqui para transformar desafios em oportunidades. Só com a colaboração de todos conseguiremos reforçar o investimento público e privado na habitação acessível – e é exatamente isso que nos move».

Na sua intervenção na abertura do evento, Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, referiu que «temos um problema que não pode ter uma solução única, e foi nesse sentido que procurámos olhar para a cidade: criar mais oferta, não só através de nova construção, que demora vários anos. Quisemos também recuperar casas municipais fechadas e, atualmente, entregamos cerca de 30 chaves a cada 15 dias. Nos últimos três anos, foram 2.434 chaves – esse é o número de famílias a quem mudámos a vida. E, na sua maioria, não foi construção nova, mas sim reabilitação urbana: 1.800 fogos que estavam fechados e que recuperámos».

Também Manuel Reis Campos, Presidente da CPCI, salientou que «temos um compromisso de 59.000 casas até 2030. Este objetivo é uma oportunidade decisiva para aumentar a oferta do Estado, atendendo às necessidades das populações mais vulneráveis, fortalecendo o papel social do Estado», enfatizou o presidente da CPCI. «Precisamos de construção industrializada 4.0, que assenta na digitalização e automação, para aumentar a qualidade e sustentabilidade. Esta abordagem, combinada com outras soluções digitais, tem revolucionado a reabilitação urbana, tornando-a mais eficiente e alinhada com as exigências atuais, juntamente com materiais inovadores», inferiu Reis Campos.

PUB
PUB