Por um lado, ocorre dentro do calendário previsto, fator que é crucial para a eficácia de um instrumento desta natureza, em que a capacidade de planear e executar corretamente num horizonte temporal muito curto é assumida como uma das suas principais exigências. Por outro lado, é cumprido um marco formal relevante e que permite alimentar a expectativa de que, ao que tudo indica, os primeiros fundos comecem a chegar ao nosso País em julho e, como é reconhecido de forma amplamente consensual, são recursos essenciais para apoiar de uma forma efetiva a retoma e consolidar uma trajetória sustentada de recuperação económica e de criação de emprego, tal como previsto no plano.
“O trabalho difícil começa agora”, fez questão de referir a Senhora Presidente da Comissão Europeia, uma vez que, com esta aprovação, inicia-se uma nova fase deste processo e, sobretudo, daquele que é o grande desafio de implementar uma estratégia de recuperação que permita reverter o profundo impacto da crise gerada pela pandemia e, simultaneamente, aumentar a competitividade e a resiliência da economia.
Este é um objetivo para o qual é essencial o contributo das empresas nacionais e, em particular, do Setor da Construção e do Imobiliário, mas tendo em conta a situação atual que estamos a atravessar, com uma conjuntura fortemente condicionada por fatores penalizadores como a falta de mão-de-obra qualificada, a escassez e aumento exponencial do preço das matérias-primas ou o incremento de custos e redução de produtividade resultantes da necessidade de cumprimento das medidas no âmbito do combate à pandemia, tornou-se ainda mais premente, como sempre defendemos, um rigor absoluto no planeamento e na calendarização dos projetos, assegurando que as empresas portuguesas têm possibilidade de se preparar, atempadamente, para este grande desafio, posicionando-se de forma competitiva.
A correta e eficiente utilização destes recursos europeus em tempo útil é um imperativo que deve unir toda a sociedade, para que o PRR possa alavancar a economia portuguesa e o tecido empresarial nacional, recolocando-nos numa rota de convergência com a restante Europa e projetando-nos neste Mundo cada vez mais complexo, mas global. Este mecanismo inovador, exigiu um esforço de articulação sem precedentes na União Europeia pelo que, saibamos nós, agora, no plano interno, dar uma resposta, também ela, sem precedentes.
Desde logo, é necessário olhar para os problemas concretos das empresas portuguesas, de todas as especialidades e dimensões, e apoiar a sua transição para as novas exigências, ajustar mecanismos essenciais como a formação profissional e permitir que estas possam antecipar, com transparência e segurança, aquilo com que podem contar. A sua competitividade perante uma concorrência externa crescente é determinante, já que as empresas portuguesas têm de poder liderar este novo ciclo de investimentos, para que se possa maximizar o impacto do PRR na economia e no emprego de Portugal, porque só com um tecido empresarial nacional mais forte e competitivo, teremos um futuro mais sustentado.