opinião

Os Desafios da Reabilitação Urbana no Século XXI

A falta de habitação condigna e acessível para as famílias de baixo e médio rendimento, bem como os desequilíbrios entre a oferta e a procura no mercado residencial estão entre as principais preocupações dos governos de muitos países, e cidades. A volatilidade dos preços da habitação também fazem parte das preocupações de governantes e investidores, que assistiram aos ciclos de aumento rápido nos preços da habitação na década anterior à crise financeira global de 2008 e à queda que se lhe seguiu.

O número de pessoas que vivem em áreas urbanas, em todo o mundo, continua a aumentar, prevendo-se, segundo dados da ONU, que as cidades abriguem 70% da população mundial até 2050. Esta situação coloca uma pressão significativa sobre os recursos, em geral, levando a uma necessidade urgente de melhoria radical das infra-estruturas locais, especialmente habitação, alimentos, água e resíduos. A gestão de áreas urbanas é, portanto, um dos desafios de desenvolvimento mais importantes do século XXI. O ambiente construído é um elemento-chave na vida urbana. Investimentos significativos em infra-estruturas e desenvolvimento devem ser feitos para acomodar o número crescente de pessoas que se mudam para as cidades, aumentando assim a pressão sobre os recursos disponíveis e os resíduos gerados. As cidades também enfrentam uma enorme tarefa de renovação energética. Ao mesmo tempo, essas transformações das cidades oferecem novas oportunidades: a renovação energética pode trazer vários benefícios para os cidadãos, e os circuitos materiais inteligentes podem tornar a economia circular uma realidade. O design e o material usado nas construções também influenciam outros aspetos importantes da sustentabilidade e da vida urbana. Eles afetam fatores como saúde, conforto térmico, desempenho acústico e resistência ao fogo. Ao adotar uma abordagem holística, os edifícios têm o potencial de fazer parte da solução dos desafios de hoje e de amanhã por meio da criação de cidades sustentáveis. As cidades têm o poder de agir e fazer as mudanças acontecerem dentro dos seus limites.