Arquitetura

Ordem dos Arquitectos apresenta Observatório da Profissão



                      Ordem dos Arquitectos apresenta Observatório da Profissão

A Ordem dos Arquitectos apresentou oficialmente esta semana o Observatório da Profissão, que se assume como «um instrumento fundamental e de aprofundamento da instituição», descreve Gonçalo Byrne, Presidente do CDN da Ordem dos Arquitectos.

O Observatório será feito com base num inquérito dirigido a todos os membros da OA (e, numa segunda fase, a não-membros), com o objetivo de recolher dados sobre o estado atual da profissão, que ajudem a traçar perspetivas de futuro para a mesma. Gonçalo Byrne considera que será «fundamental na vida institucional da Ordem dos Arquitectos. São dados que vão permitir mais conhecimento sobre a profissão».

Este Observatório compromete-se a recolher, analisar e monitorizar os dados relativos à prática profissional que, partindo de diferentes abordagens metodológicas, permitam contribuir ativamente para a reflexão e valorização da profissão e da arquitetura. Pretende tornar-se num agente ativo de promoção da inovação e melhoria das condições e da prática profissional em arquitetura, com impacto em todo o território nacional, a partir da recolha e tratamento sistemático de dados relevantes, promovendo novas parcerias e projetos de investigação, e influenciando as políticas em torno da arquitetura, com recurso a dados rigorosos.

O Observatório da Profissão é desenvolvido em parceria com investigadores do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa (CESOP). Na sessão de apresentação da iniciativa desta quarta-feira, João António, Investigador do CESOP, partilhou que «este questionário final é um compromisso entre o que se deseja e o que podemos pedir para conseguir um retrato da profissão. Queremos saber o género, formação, idade, diversidade das empresas, contratos, organização do trabalho, acumulação de funções, materiais usados, tipos de encomenda ou de concursos, entre outros, além do nível de satisfação com a OA». Através destes dados, «poderemos ter elementos de caracterização e para políticas específicas». E destacou ainda «o desafio de procurar os não-inscritos» na ordem, para uma segunda fase de inquérito.

Na mesa redonda de debate que se seguiu a esta apresentação, participaram os presidentes das várias seções regionais da OA. Conceição Melo, Presidente da Seção Regional Norte, destacou que este observatório «é uma necessidade que sentíamos há muito. É essencial para a definição das nossas políticas, temos de nos conhecer primeiro, nomeadamente quando temos 83 municípios e grandes assimetrias entre eles. Queremos aproximar-nos dos membros e da sociedade, e ter mais visibilidade na discussão dos instrumentos territoriais».

Carlos Manuel Reis Figueiredo, Presidente da Seção Regional Centro, alertou para a necessidade de envolver os arquitetos nas políticas de gestão territorial. «Temos de nos conhecer, e precisamos desta visão para construir política e novos caminhos, numa fase de grande mudança».

Helena Botelho, Presidente da Seção Regional de Lisboa e Vale do Tejo, destacou a «urgência em fazer este retrato da arquitetura a nível nacional», lembrando que a OASRLVT representa 80% dos inscritos na OA. «Temos de conhecer os custos dos honorários, dos projetos, entre outros temas. E o trabalho com as universidades é fundamental». Destacou ainda a necessidade de fazer inquérito aos não-membros na fase seguinte, para «um retrato verdadeiro» da profissão.

Cláudia Gaspar, Presidente da Seção Regional do Alentejo, também destacou a importância da caracterização dos arquitetos. «Este observatório pode e deve ter continuidade, será importante comparar as perspetivas regionais, de género, de sustentabilidade ambiental». Para Nuno Duarte Costa, Presidente da Seção Regional dos Açores, é importante conhecer as diferenças entre valores de honorários, faixas etárias ou atividade exercida, para «um maior equilíbrio entre regiões. Ainda não temos dados sobre isso».

Susana Gouveia Jesus, Presidente da Seção Regional da Madeira, concorda com a importância de conhecer o estado da profissão, e que «temos de estar presentes nos instrumentos territoriais, e quando somos chamados, temos de saber quem somos».

O inquérito em causa vai decorrer de 15 de setembro a 15 de outubro.

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