Com uma longa experiência na área, no início de 2022, os sócios Miguel Bravo Amaral e Vasco Baptista decidiram lançar uma nova empresa de construção em madeira, assente na utilização de materiais sustentáveis, como contam, em entrevista à Vida Imobiliária.
“O nosso background e o know-how adquirido no setor trouxeram-nos confiança num futuro promissor para a ODUM, e que foi justificada pois começámos logo a fazer obras com alguma dimensão e, desde aí, as coisas têm acontecido numa toada de crescimento”, afirma o Chief Commercial Officer (CCO), Miguel Bravo Amaral. “Atuamos em toda a área da construção em madeira, desde a execução de uma estrutura simples, como um deck ou uma pérgula, até a uma estrutura mais complexa como uma ponte. Mas, a nossa grande aposta é na área da habitação, que representa 70% da faturação”.
Entre as várias soluções disponibilizadas pela ODUM ao mercado residencial, as casas modulares Terra são uma aposta vencedora e “um produto em franco crescimento”, realça Vasco Amaral. Lançada há um ano, trata-se de uma linha própria da empresa que, contrariamente aquela que era a expetativa inicial dos fundadores, tem na primeira habitação o seu principal mercado, levando a que ainda recentemente tenham sido disponibilizadas novas tipologias, que agora oscilam entre o T0 e o T4.
Além das 10 casas Terra já instaladas a ODUM tem já outras dez em fase de execução, e mais “umas quantas” em fase final de fecho, conta o responsável, frisando que o sucesso deste produto assenta “não só na qualidade, mas na sua versatilidade e na celeridade dos timings de construção, a preços muito competitivos”.
Mais previsibilidade e prazos menores do que na construção tradicional
Apesar de cada vez mais pessoas já optarem por soluções construtivas em madeira para a sua habitação, Miguel Amaral reconhece que “ainda é preciso reforçar a comunicação ao mercado sobre as vantagens associadas quer a nível de custos, conforto térmico, acústico, manutenção, celeridade, mas também que as soluções em woodframe, como as que fazemos, podem ser totalmente customizadas em termos de revestimentos, sendo muito versáteis em termos estéticos”.
Mas, para o CCO da ODUM, “a rapidez e a vantagem do tempo é, sem dúvida, a maior e a mais efetiva da construção em madeira que, independentemente do sistema utilizado é sempre mais rápida e muito mais limpa que a construção tradicional. Depois, acrescem muitas outras, como a questão do conforto térmico e acústico, que é muito superior ao da construção tradicional”, acrescenta. Assegurado o licenciamento, “o tempo de execução das nossas casas varia entre os três e quatro meses, em função da tipologia”, revela Vasco Baptista, Chief Production Officer (CPO).
Oscilando entre os 1.600 e os 1.800 €/m² para um conceito chave-na-mão, “o preço é outro fator determinante” para a crescente popularidade da construção oferecida pela ODUM. “Garantimos previsibilidade no que respeita aos timings e custos. O valor orçamentado no fecho do negócio será o valor final do projeto, pois não há forma de o aumentar devido a derrapagens nos timings. Ou seja, o nosso cliente não terá surpresas de última hora, até porque quando encomendadas, as nossas casas já incluem todos os itens que foram escolhidos”.
Garantindo total transparência no processo, a ODUM disponibiliza no seu site um configurador, “uma ferramenta inovadora em que o cliente pode ir configurando uma casa à sua medida, a nível de tipologias, revestimentos, indicando se quer ou não apoio no licenciamento, ficando a saber imediatamente qual o valor final que essa lhe irá custar”, realça Miguel Amaral.
Nova fábrica vai encurtar prazos e escalar a produção
Entretanto, a ODUM está a investir numa nova fábrica em Alcácer do Sal, que não só vai permitir encurtar os timings, como também fazer escalar a produção. As obras estão a decorrer a bom ritmo, com os responsáveis a prever que possa estar concluída e a laborar já no 1º trimestre de 2026.
“Com a nova unidade industrial, vamos conseguir antecipar os prazos de construção em três a quatro semanas; mas vamos também poder escalar a produção, já que as peças sairão totalmente prontas a montar no local, sem necessidade de cortes e de adicionar telas no local da obra. Atualmente em obra montamos uma parede num dia; em fábrica, vamos poder fazê-lo numa hora. Portanto vamos multiplicar grandemente a nossa capacidade produtiva”, frisa Vasco Baptista.
Uma dupla vantagem que, além disso, contribuirá para a ODUM mitigar o desafio decorrente da atual dificuldade de captar mão de obra especializada, no caso carpinteiros, para executar as suas obras. Ou seja, para crescer “temos de executar mais componentes em fábrica e menos no local, para não só antecipar e garantir prazos de construção, mas também para poder assumir mais obras e de maior dimensão”, remata Vasco Baptista.
Este investimento permitirá também à ODUM avançar com a ambição da exportação. “Com a execução da fábrica já podemos pensar noutros horizontes e uma das vias para escalar o negócio será a exportação, a começar por Espanha”, detalha Miguel Amaral. Simultaneamente, ficará também capacitada para reforçar a sua presença junto do mercado da promoção imobiliária, ao ganhar capacidade para trabalhar em mais projetos e de maior dimensão, comentam ainda os responsáveis.
De olhos postos no futuro, as projeções são de otimismo. “Fechámos o ano de 2024 com uma faturação na ordem dos 3 milhões de euros, e para 2025 prevemos chegar aos 4,5 milhões de euros o que, a confirmar-se, será um crescimento muito significativo, de 50%. E temos já uma carteira de projetos muito importante, que nos vai permitir uma evolução favorável em 2026”, adianta o CCO.
Fotos cedidas pela ODUM