O projeto da Unidade de Execução de Marvila está em consulta pública até 13 de março. A nova megaurbanização entre Marvila e o Beato, em Lisboa, prevê eliminar uma das principais barreiras físicas existentes devido à linha ferroviária do Norte.
O projeto de desenvolvimento urbano, com uma extensão de cerca de 28 hectares, incluirá diversos loteamentos, abrangendo uma área total de intervenção de 280.342 metros quadrados, uma área de espaços verdes e equipamentos de 119.437 metros quadrados, com um total de 1.427 fogos e 2.852 lugares de estacionamento privado e 246 lugares de estacionamento público.
«A área urbana sobre onde se pretende intervir, nas freguesias de Marvila e do Beato, é um conjunto de terrenos - vazios urbanos situados entre diversos nomes toponímicos da Lisboa Oriental: o Beato (Convento), a Madredeus (bairro), Chelas (Plano Urbano) e o Braço de Prata», lê-se na proposta submetida a consulta pública presente no site participa.pt.
O projeto da nova polaridade urbana situa-se em áreas qualificadas como sensíveis nos termos do Regime Jurídico de Avaliação de Impacte Ambiental, nomeadamente a Zona Geral de Proteção do Antigo Convento do Beato António, classificado como Imóvel de Interesse Público, a Zona Geral de Proteção do Palácio dos Duques de Lafões, classificado como Monumento de Interesse Público, e a Zona Geral de Proteção da Fábrica “A Nacional”, classificada como Monumento de Interesse Público.
Na área interessada localizam-se «alguns planos e projetos sem relação com este empreendimento, nem de iniciativa ou responsabilidade do promotor do projeto, mas que constituem condicionantes significativas ao modo da sua concretização, como sejam as intervenções previstas, já estudadas embora ainda não calendarizadas, de modernização, o das vias ferroviárias da Linha do Norte e da Linha de Cintura, incluindo o atual Apeadeiro de Marvila, e do estabelecimento da chamada Terceira Travessia do Tejo, em modo ferroviário».
Megaurbanização cobrirá Linha do Norte
As duas linhas ferroviárias, Linha do Norte e Linha de Cintura, «atuam de forma contraditória no território. Se, por um lado, são elementos estruturantes de mobilidade à escala nacional, por outro, cortam as ligações do tecido urbano local, condicionando gravemente, enquanto obstáculos físicos e acústicos a uma necessária fluidez urbana, o desenvolvimento e a inter-conectividade desta área da cidade».
Segundo a proposta, «a delimitação da Unidade de Execução de Marvila, como instrumento de execução do Plano Diretor Municipal de Lisboa, justifica-se pela necessidade de assegurar o desenvolvimento urbano harmonioso desta zona, abrangendo uma área suficientemente vasta para se constituir como um perímetro com características de unidade e autonomia urbanísticas, onde será possível estabelecer, através de uma solução urbanística conjunta, uma adequada articulação física e funcional com o espaço consolidado preexistente e envolvente»