Vai surgir na Doca de Pedrouços o Ocean Campus, um novo cluster de desenvolvimento tecnológico, que vai incluir centros de investigação, polo universitário ou novos espaços públicos. O Ocean Campus vai implicar a requalificação de uma área de 64 hectares junto ao Tejo, entre Lisboa e Oeiras.
O núcleo principal será um polo científico e de inteligência artificial. Vai incluir também a nova Blue Business School, um novo polo universitário ligado à investigação dos assuntos do mar, além de uma unidade hoteleira.
A 17 de dezembro foram assinados os protocolos de concessão entre a Administração do Porto de Lisboa, a Fundação Calouste Gulbenkian e a Fundação Champalimaud. Na apresentação do projeto, Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e da Habitação, explicou que o principal objetivo é «gerar inovação e investigação altamente qualificada e disruptiva»
O investimento inicial para posicionar o porto de Lisboa como «potenciador do crescimento azul» será de 70 milhões de euros, mas o investimento total deverá rondar os 300 milhões de euros, incluindo a intervenção da frente ribeirinha, a criação das novas unidades de ensino, ou a reabilitação da Doca de Pedrouços – cujo concurso público para a sua empreitada já foi lançado.
No Ocean Campus, a Fundação Calouste Gulbenkian contará com um espaço concessionado de 7.000 metros quadrados, onde será criado um polo de investigação forcado nas alterações ao meio ambiente e no seu impacto. Isabel Mota, presidente da FCG, considera que «será um projeto único a nível europeu». Mónica Bettencourt Dias, diretora do IGC, completa que «para acelerar a nossa ciência e impacto global, iremos reforçar a cooperação com redes científicas estratégicas e com hospitais e a indústria, através da co-criação e inovação mediada pelo Centro Colaborativo Internacional da Gulbenkian», cita a Time Out.
A Fundação Champalimaud terá uma área semelhante, onde vai criar um novo centro para o desenvolvimento de inteligência artificial, em conjunto com uma incubadora científica. O polo será ocupado pelo programa de neurociências, incluindo uma central de computação e armazenamento de dados, laboratórios experimentais, instalações para desenvolvimento de hardware, espaços para cursos de formação, áreas para start-ups e zonas para parcerias comerciais, de serviços ou industriais. Terá capacidade para 320 investigadores em simultâneo.
Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud, explica que «o grande objetivo é encontrar meios de inteligência artificial, de software, que possam ser terapêuticos nas áreas da medicina mais ligadas a doenças do cérebro, à neurologia e à psiquiatria. A utilização de algoritmos e máquinas tem vindo a revolucionar a medicina e prometem fazer muito mais do que neste momento está ao alcance dos humanos».