Lisboa e Porto ocupam a 72ª e 77ª posição na lista das 100 cidades do mundo analisadas no relatório International Construction Costs, da Arcadis quanto aos custos de construção, ranking liderado por Londres, Genebra e Oslo.
As cidades espanholas surgem próximas às portuguesas, com Barcelona em 73º lugar, logo depois de Lisboa, Madrid em 75º, Málaga em 76º e Valencia em 78.
Completam o “top 10” das cidades mais caras para construir Nova Iorque, Copenhaga, São Francisco, Zurique, Munique, Hong Kong e Macau.
O relatório destaca que «a combinação de alguns fatores, entre os quais, o aumento dos custos de energia, a escassez de materiais e a disponibilidade de mão-de-obra, em conjunto com uma alta procura específica do sector (residencial e industrial), faz com que os mercados da América do Norte e muitas cidades europeias, incluindo as cidades espanholas e portuguesas, registem aumentos de custos de dois dígitos».
Por outro lado, as cidades mais baratas situam-se na Ásia e na Índia, onde os custos mantêm-se, geralmente, estáveis, à exceção de Singapura, onde subiram significativamente devido à dificuldade no acesso à mão-de-obra. Kuala Lumpur é a cidade mais barata para construir, seguida de Nova Deli em 99º lugar, Mumbai em 98º ou Ho Chi Minh em 97º.
Na Austrália e no Médio Oriente, os níveis de procura são mais baixos que as expetativas da oferta, criando um mercado menos competitivo, que «mitigou o aumento dos preços».
A Arcadis realizou este relatório tendo em conta a recuperação pós-pandemia, mas ainda antes do início da guerra na Ucrânia, por isso ressalva que esta mudança de contexto «irá, sem dúvida, agravar a escassez de materiais e hidrocarbonetos, o que terá repercussões significativas nos mercados mundiais de produtos básicos e energia, assim como uma maior incerteza global».
Andy Beard, diretor global de Custos e Gestão Comercial na Arcadis, refere em comunicado que o setor da construção demonstrou ser «extremamente robusto apesar das difíceis circunstâncias do último ano e refletiu sobre como a contenção sustentada na entrega de imóveis e infraestruturas, uma melhor utilização dos dados e um maior investimento em soluções tecnológicas, tais como os métodos modernos de construção, podem melhorar a eficiência e ajudar a atingir o compromisso de zero emissões líquidas de gases com efeito de estufa».
Considera que a capacidade de adequação será «fundamental no clima de incerteza e inflação que se avizinha». E, «embora as condições do mercado pareçam desfavoráveis, acreditamos que estes desafios oferecem, mais do que nunca, uma grande oportunidade para a nossa indústria impulsionar a inovação e consolidar a mentalidade de fazer mais com menos, reduzindo o nosso próprio impacto na utilização de recursos e no ambiente».