O sismo de magnitude 5,3 na escala de Richter, registado esta madrugada com epicentro a 58 quilómetros a oeste de Sines, levou a Ordem dos Engenheiros (OE) a apelar, esta segunda-feira, a uma maior exigência na qualidade da construção em Portugal.
O presidente do colégio de Engenharia Civil da OE, Humberto Varum, em declarações à Lusa, citado pelo DN, explicou que o edificado da sociedade portuguesa representa «um conjunto muito complexo, com níveis de vulnerabilidade diversa», face às épocas distintas de construção ou aos diferentes materiais e conhecimentos existentes, pelo que defendeu um maior rigor ao longo das fases de projeto, construção ou manutenção.
O responsável avançou ainda que «garantidamente, teremos outros eventos sísmicos, portanto, vamos fazer um apelo à sociedade em geral para o envolvimento nesta missão, que deve ser cada vez mais exigente do ponto de vista da qualidade e do rigor de todos os atos alinhados com a promoção da segurança sísmica».
Assim sendo, o sismo de hoje constitui «uma oportunidade» para lançar um «debate rigoroso» entre os especialistas e as entidades envolvidas nesta área e para fazer uma «reavaliação dos procedimentos que são aplicados na construção e na reabilitação, eventualmente revisitando algumas das exigências que se colocam», considerou.
«O risco sísmico associado a um edifício, uma ponte ou outra estrutura será sempre o resultado de três vetores importante: a perigosidade - há regiões do país onde a probabilidade de acontecimento de determinados eventos sísmicos é maior; outro vetor é a vulnerabilidade - a maior ou menor preparação de uma estrutura para responder em segurança a determinado nível da ação sísmica; e, finalmente, a exposição - traduz um valor económico da infraestrutura e a ocupação (o número de pessoas que utilizam)», esclareceu, acrescentando que «para o risco associado a um edifício ou uma região irão sempre contribuir esses três vetores».