O setor da construção manteve, em geral, a sua trajetória de estabilidade no primeiro trimestre deste ano, apesar dos constrangimentos decorrentes do novo confinamento.
É o que revelam os dados estatísticos disponíveis até ao final do mês de março, analisados na Conjuntura da Construção – Informação Rápida da AICCOPN e da AECOPS. Estes números mostram, por exemplo, que a variação homóloga acumulada do consumo de cimento nos dois primeiros meses do ano foi de -0,2%, que compara com uma subida de 10,6% em igual período de 2020.
Por outro lado, relativamente às transações de habitação no último trimestre de 2020, registaram-se novos máximos históricos, de 49.734 alojamentos transacionados, num montante global de 7.534 milhões de euros, aumentos homólogos de 1% e 8,7%, respetivamente.
Já os preços dos imóveis mantiveram-se em crescimento em 2020, com o Índice de Preços da Habitação a valorizar 8,6% no último trimestre do ano, face a 2019. Os valores de avaliação bancária na habitação, já respeitantes a fevereiro de 2021, atingiram um novo máximo histórico e um aumento de 5,7%.
Em janeiro, o licenciamento de obras pelas câmaras municipais registou uma descida global de 17,4%, fruto das reduções de 10,9% da componente de edifícios habitacionais e de 32% dos edifícios não residenciais.
A AICCOPN e a AECOPS destacam também neste relatório que o mercado de empreitadas de obras públicas permaneceu em níveis negativos nos primeiros dois meses deste ano, nomeadamente no segmento da engenharia civil. Os concursos promovidos somaram os 543 milhões de euros, mais 2% que no ano anterior, e os contratos celebrados desceram 3% em termos homólogos, apesar de terem subido 23,7% se for considerada a informação disponível a 15 de março de cada ano.