A construção está a mostrar sinais de recuperação nas principais economias europeias, e prevê-se um crescimento mais sólido entre 2026 e 2028. É o que aponta o estudo Building Blocks Construction Indicator, da Bain & Company.
De acordo com o relatório, esta recuperação do setor justifica-se com um maior investimento por parte dos agentes comerciais e industriais e às descidas nas taxas de juro do último ano, que levaram a que muitas famílias avançassem com investimento em renovações.
Por outro lado, o estudo aponta que o fim dos ciclos eleitorais em vários países europeus resulta no crescimento da infraestrutura pública, ao mesmo tempo em que novas atividades de construção são também impulsionadas, nomeadamente na área residencial.
Álvaro Pires, sócio da Bain & Company, destaca em comunicado que “após alguns anos difíceis, o mercado de construção na Europa vai regressar ao crescimento entre 2025 e 2028, com um ímpeto inicial já visível em vários países”, e que “infraestruturas resilientes, um renascimento na construção de novos edifícios residenciais e uma força seletiva em projetos de escritórios vão impulsionar a recuperação, ajudados pelos cortes nas taxas do BCE, pela procura reprimida de habitação e por agendas mais claras dos programas públicos”, cita o idealista/news.
Os países nórdicos como a Noruega, Suécia, Finlândia, Dinamarca e Países Baixos são os países que mais recuperam. Segundo a Bain, também o Reino Unido poderá estar já próximo de um ponto de viragem no setor.
Prevê-se que a atividade geral de construção nestes países cresça de 2% a 4% entre 2025 e 2028. Nos Países Baixos, este crescimento deverá rondar os 1,5% e 2,5%, impulsionado principalmente devido à atividade de construção de habitação.
O relatório também aponta para uma recuperação moderada a curto prazo em mercados como França e Alemanha. Itália deverá continuar a descer, o que se pode explicar com a eliminação gradual de programas de incentivo do Governo.
A escassez de mão-de-obra não é um problema exclusivo de Portugal, está a impactar toda a Europa, e a aprovação dos licenciamentos (nomeadamente para construção de habitação) é um fator-chave para viabilizar os projetos, e parece estar mais estável em vários países.
Seja como for, é a construção residencial que lidera o crescimento da construção, apesar das atuais tensões comerciais e incertezas em torno do contexto económico.
Álvaro Pires completa ainda que “as empresas devem aproveitar este ponto de viragem como um momento crucial para o seu planeamento de vendas e operações” e considera que “devem procurar reequilibrar-se em direção aos mercados com maior procura, fixar os calendários de produção com base em prazos realistas e na capacidade de mão de obra disponível, garantir a capacidade de mão de obra e materiais, alinhar os preços e as aquisições com um ambiente de taxas mais baixas, acelerar a preparação para a obtenção de licenças onde persistem constrangimentos e manter planos de contingência para se manterem resilientes caso a incerteza macroeconómica regresse”.