Em lugar do antigo projeto Metrópolis, junto ao estádio do Sporting, na zona do Campo Grande, vai surgir o novo projeto Campo Novo, esta semana oficialmente apresentado pela Norfin.
O novo empreendimento vai ter 80.000 m² de área de construção acima do solo, e prevê a construção de três condomínios de habitação (30.300 m²) e quatro edifícios de escritórios (37.600 m²), além de uma zona de comércio aberta com 12.100 m² com 18 lojas, 15 restaurantes e 7 quiosques, além de um supermercado, que promete unir todo o conjunto numa área comum aberta ao público. Terá ainda área ajardinada com 20.000 m² e mais de 2.200 lugares de estacionamento.
No que toca à componente de habitação, a primeira fase do projeto compreende 245 apartamentos com varandas, T1 a T4, com preços a começar nos 380.000 euros. Todos os apartamentos terão diferentes layouts, flexíveis e modelares, inseridos em condomínios com piscina, rooftop, salas de co-work, Kids Club, ginásio e acesso direto à zona comercial.
Os novos edifícios de escritórios terão, cada edifício, um rooftop de 450 m², projetados pela Reify., especialista na criação e gestão de espaços urbanos. Jorge Morgadinho, diretor executivo da Reify., explica que «o Campo Novo é uma solução urbanística única, com diferentes usos perfeitamente integrados, e onde os escritórios oferecem um conceito de espaços flexíveis respondendo às necessidades de trabalho de hoje. Estes espaços são o convite perfeito para empresas e pessoas que procurem fazer parte de uma nova centralidade, com vivencia ímpar na cidade».
O retalho promete ser o ponto de união entre a área residencial e empresarial deste novo empreendimento, «conjugando a qualidade, a proximidade do comércio tradicional e a conveniência do retalho moderno».
Esta área comercial será gerida pela Sonae Sierra. Cristina Santos, diretora executiva da área da Property Management da empresa, explica que «é motivo de orgulho para a Sierra poder colocar as suas três décadas de experiência no setor imobiliário ao serviço de um projeto diferenciador, contribuindo ativamente para a regeneração urbana desta zona emblemática da capital, em linha com a sua nova estratégia de negócio. A Sierra atuará em linha com o espírito do projeto garantindo uma oferta comercial de proximidade e complementar entre si, que criará valor e responderá às aspirações e necessidades das comunidades locais».
O Campo Novo é um investimento de cerca de 300 milhões de euros assegurado na maioria pelo fundo norte-americano King Street Capital Management que, juntamente com o Grupo Arrow Global, detêm o terreno.
Henrique Silva, COO da Norfin, avança que a primeira fase deste projeto arranca ainda este ano, contemplando dois edifícios residenciais com 245 apartamentos, área de retalho e um edifício de escritórios. Deverá ser concluída no final de 2024. A segunda e última fase inclui a construção de mais 3 edifícios de escritórios e um de habitação.
“Escala humana de cidade e bairro norteou o projeto”
Aqui, a Norfin quer criar um novo bairro lisboeta, e «revolucionar a área do Campo Grande», num novo conceito que privilegia o espaço público. Francisco Sottomayor, CEO da Norfin, destacou na apresentação do projeto que «a escala humana de cidade e bairro norteou todo o projeto».
Acredita que «este é um projeto histórico pela sua dimensão e por trazer a Lisboa um novo conceito de bairro, um polo residencial, empresarial e comercial renovado e vibrante, e ao Campo Grande uma centralidade e uma vivência de grande praça, que convida os residentes e toda a envolvente a usufruir de um espaço que conjuga zonas de habitação, de trabalho, de restauração e de retalho».
Jorge Morgadinho conta que «queríamos fazer um prolongamento do Campo Grande, uma zona perfeitamente consolidada, sem competir arquitetonicamente com a envolvente, é um prolongamento de todo o eixo que vem do Terreiro do Paço». Considera que «aqui conseguimos criar o espaço dos “2 minutos”, tudo estará disponível num único espaço, para quem vive, trabalha e se desloca por aqui».
Explica que a zona comercial «é central no projeto, numa quota mais baixa, aberta ao público». Já os escritórios, terão rooftops, plantas livres com estrutura afastada da fachada, aptos a um ou vários inquilinos, preparados para certificação LEED Gold.
Miguel Saraiva, da Saraiva & Associados, parceira da Reify. neste projeto, descreve que «nasce um novo bairro, uma nova forma de habitar e de viver. Quisemos fazer cidade e não só edifícios, sem rutura com a envolvente, onde o ator principal é o espaço público. São raros os casos que permitem trabalhar um projeto desta dimensão».