Os edifícios de habitação em Portugal têm os níveis de poupança energética mais baixos da União Europeia. É o que mostra a análise da associação ambientalista Zero ao recente relatório do grupo de investigação da Comissão Europeia Joint Research Centre sobre o progresso dos Estados-membros na implementação da Diretiva de Desempenho Energético dos Edifícios, que está atualmente sob revisão.
«Portugal ainda está aquém do desempenho energético desejado para os edifícios e necessita avançar com as ações a nível nacional, em consonância com as políticas e estratégias atuais para cumprir com o objetivo de neutralidade climática», defende a associação.
Também os edifícios não residenciais têm as taxas de poupança mais baixas do conjunto, devido à predominância de renovações ligeiras e médias, onde as taxas de poupança energética são tipicamente menores, registando o país o segundo valor mais baixo de renovação profunda, apenas atrás do Reino Unido.
A Zero refere na sua análise que «o parque edificado português é um parque obsoleto, nomeadamente no setor residencial», citam a Lusa e o Observador. Aponta como problemas o «envelhecimento natural dos materiais e da ausência de manutenção» ou as «características físicas do edifício, nomeadamente ao nível do baixo desempenho térmico da envolvente e a ineficiência dos sistemas energéticos instalados».
A Zero destaca como «muito positivo» o aumento do número de emissões de certificados energéticos entre 2011 e 2018, de 225% nos edifícios residenciais, 633% nos edifícios não residenciais e de 379% nos edifícios públicos. Mas considera que os incentivos fiscais e instrumentos financeiros promovidos para a melhoria da eficiência energética ainda têm resultados «limitados».