Com o compromisso de desenvolver uma influência positiva junto de todos os stakeholders para a integração de práticas sustentáveis em todos os aspetos das suas operações, a APCC - Associação Portuguesa de Centros Comerciais promoveu hoje, no Shopping Resort UBBO, a assinatura de um Pacto para a Sustentabilidade, participado pelos associados e operadores do setor.
O Pacto está fundamentado em três pilares principais: Responsabilidade Ambiental, com a promoção do reforço da implementação de medidas de eficiência energética e a utilização de fontes de energia renovável, práticas de gestão de resíduos e conservação da água para minimizar a pegada ecológica do sector; Responsabilidade Social, através da implementação de práticas justas de trabalho, o envolvimento comunitário, e cadeias de valor éticas, por exemplo; Responsabilidade económica e conduta ética, apoiando o desenvolvimento económico local e contribuindo para o desenvolvimento económico das comunidades.
O Pacto é constituído por 10 compromissos, 21 medidas e 26 metas. De destacar as seguintes: Reduzir em 40% o balanço das emissões de carbono, de âmbito 1 e 2, até 2030; Consumo de energia 100% renovável, assegurando a produção local sempre que as condições construtivas o permitam, até 2030; Reduzir o consumo de água em 20% até 2030; Promover ações de capacitação e consciencialização sobre práticas sustentáveis junto dos visitantes, lojistas e colaboradores.
Assinaram hoje o Pacto para a Sustentabilidade os seguintes associados da APCC: CBRE; Almada Forum (Merlin Properties); Ingka; Klépierre Portugal; LBM; Multi Portugal; Mundicenter; MVGM; Nhood Portugal; Sierra Portugal; Via Outlets Portugal; Visabeira (MOVIDA); WiderProperty.
Carla Pinto, Diretora Executiva da APCC, sublinha que os centros comerciais «têm um papel determinante na transformação que se pretende. Ao promovermos práticas sustentáveis e conscientes, impulsionamos o crescimento económico e a inovação e contribuímos para o bem-estar das pessoas e o equilíbrio ambiental».
Pop Up Talks
Para além do Pacto para a Sustentabilidade, decorreu hoje a segunda Pop Up Talk, no Shopping Resort UBBO. Tendo como tema a sustentabilidade, foram abordados tópicos como “a importância da colaboração na aceleração da jornada da sustentabilidade” e como “impulsionar sinergias para transformar desafios em mudança”. O evento teve o apoio da CBRE.
Cristina Moreira Santos, presidente da APCC, salientou que a APCC «está consciente de que as práticas ambientais (Environmental), sociais (Social) e de governança (Governance) são cada vez mais exigentes. Temos de agilizar práticas que garantam o cumprimento de metas e, também, que contribuem para um desenvolvimento sustentável, atendendo às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras».
Neste sentido, a APCC desafiou todos os associados a assinarem o Pacto para a Sustentabilidade «juntando-se a este esforço coletivo, contribuindo assim para um futuro melhor».
A apresentação de Ana Cláudia Coelho, Partner PWC, introduziu pontos relevantes para serem debatidos na primeira mesa-redonda de debate da manhã. A responsável sublinhou que as empresas «têm de perceber que, para chegarem a determinados clientes e consumidores, devem de ter abordagens muito mais sólidas na área da sustentabilidade».
Para Ana Isabel Trigo Morais, CEO Sociedade Ponto Verde, «é preciso fazer um 25 de abril no setor dos resíduos. Há uma urgência em mudar o setor, a abordagem que temos nele e rever o papel de cada um», sendo que «precisamos de ter um serviço mais conveniente ao consumidor e a quem trabalha nesta área». Quanto à economia circular, Ana Isabel Trigo Morais salienta que «temos de fazer a economia circular acontecer, convocando todos para este papel».
Adene tem dado o «seu contributo» para a economia circular
Ainda no tema da economia circular, Nelson Lage, presidente da Adene, refere que a Agência para Energia vai, na primeira semana de julho, anunciar um sistema de classificação de economia circular e «queremos assinar um protocolo com a associação da área dos resíduos. Estamos a dar o nosso contributo para a economia circular».
Quanto ao Plano de Poupança de energia, «Portugal dialogou com o setor, construiu um plano de poupança juntamente com o setor. Envolvemos todo o setor e, o setor de centros comerciais, participou ativamente», assinala o presidente da Adene. Nelson Lage sublinha que «Portugal foi um bom aluno, pois decidiu olhar para o vizinho do lado para ver o que estava a correr mal. Demos primazia ao diálogo».
«Um centro de inovação»
Na segunda mesa-redonda de debate, Bernardo Freitas, Head of ESG da CBRE Portugal, realçou que o setor dos centros comercias «tem sido um exemplo, mas há espaço para melhorar, por exemplo: na recolha de dados e qualidade dos mesmos; envolver os operadores na partilha de informação; as evidências do que fazemos devem de ser mais acessíveis». O responsável salienta que «a colaboração fomenta a inovação e os centros comercias têm sido um centro de inovação».
Susana Sabino, Sustainability Manager da Sonae Sierra, atenta ao facto de que «são muitos intervenientes no centro comercial. É todo um sistema de partes interessadas que fazem com que seja desafiante apresentar estratégias. Tudo isto acaba por ser um processo com várias ideias, intervenientes: essa parte de gestão tem sido um desafio, alinhar estratégias para percebermos o que temos de mudar».
João Jesus, Head of Sustainability and Operations da Nhood Portugal, aponta que hoje a sustentabilidade «é front page, vemos a importância que se está a dar a esta área». O responsável considera que é crucial «incluir todos os parceiros e transmitir conhecimentos para assim podermos acompanhar o que está a ser feito na área da sustentabilidade», sendo que «não há nada que se faça sem parcerias, é aqui que está o segredo do sucesso».