Está lançado o novo projeto Esposende SmartCity, uma nova plataforma onde passarão a estar disponíveis todos os dados analíticos deste território, com vista à criação de uma cidade inteligente.
A apresentação do Esposende SmartCity decorreu a 26 de março no Salão Nobre da Câmara Municipal de Esposende. Na ocasião, Benjamim Pereira, Presidente da autarquia, afirmou «lançam-se agora, as fundações para o processo de “SmartCities” de Esposende, na medida em que temos os dados capazes de promover um mecanismo de transformação digital, que promova a eficácia e eficiência nos recursos, através de um complexo sistema de informação, mas garantido a sua fácil perceção e o seu impacto no território».
Lançado em 2019, o Esposende SmartCity surgiu da necessidade de empreender uma metodologia que permita realizar a adequada gestão da informação já disponível, a par da obtenção de dados adicionais sobre o território e sobre o uso de recursos, permitindo o seu tratamento e uso de forma preditiva, proativa e, sobretudo, eficiente.
«Antes da pandemia já se praticava em Esposende o teletrabalho, já se instruía para a literacia digital de crianças e adultos, o que permitiu que a formação prosseguisse, mesmo em confinamento. Agora, teremos mais informação para disponibilizar, com mais parâmetros úteis para todos», completa ainda o responsável, segundo o qual «neste contexto de mudança, quisemos integrar, desde a primeira hora, o pelotão da frente na introdução de medidas de gestão e de informação aos munícipes, agarrando este conceito de desenvolvimento tecnológico integrado, reconhecido como SmartCity».
Por seu turno, Raul Junqueiro, Head of SmartCities do dstgroup, a forma como serão coligidos os dados para «estarem disponíveis na aplicação, desde informação sobre a qualidade da água ou do ar, informação geográfica e ambiental, resíduos ou contactos públicos. Pretende-se tornar a cidade mais próxima dos cidadãos».
Numa só plataforma de IoT (Internet of Things), será possível agregar todos aqueles dados relativos ao território no que diz respeito a cadastro de infraestruturas e de pontos de interesse, com o objetivo de tornar Esposende capaz de responder, de forma integrada e em tempo real, aos diferentes desafios urbanos, promovendo soluções inclusivas e eficientes na utilização dos recursos, mas também geradora de valor acrescentado e criadora de riqueza.
O trabalho preparatório deste projeto consistiu na definição de um conjunto de parâmetros de cariz ambiental para monitorização e a respetiva distribuição e instalação de sensores pelo território, medindo os raios ultravioleta, o ruído e a qualidade do ar, e também a instalação de uma Estação Meteorológica.
Para o tratamento e uso dos dados, foi implementada uma rede de infraestrutura de comunicações LoraWAN, agregando todas as informações destes sensores, escalável a novos casos de uso, como o ambiente, a mobilidade, a energia, o turismo, o património e cultura, entre outras.
A plataforma de IoT implantada é capaz de «dar inteligência ao volume de dados em tempo real criados no território pela sensorização e aos dados das várias camadas SIG integrados no desenvolvimento de novos sistemas de informação, e com a disponibilização de uma aplicação móvel para interface do projeto com os cidadãos», explica a DST em comunicado.
Foram também chamadas entidades de externas para «enriquecer a gama de dados disponíveis» através de acordos de cooperação formais e informais, como a Agência Portuguesa do Ambiente, o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, a Capitania, e a Academia.
A ideia é conseguir reunir os dados e, com base na sua análise, tomar decisões sustentadas, antecipando cenários e atuando em conformidade na resolução dos problemas e na implementação de soluções preventivas.