Na até agora designada Quinta do Morgadinho, na zona de Vilamoura, (“Triângulo Dourado” do Algarve), vai surgir o mais recente projeto residencial premium da Bondstone, o Arcaya, resultado de um investimento de 700 milhões de euros. Nesta área de 68 hectares, deverão ser construídas até 700 unidades residenciais.
A primeira fase de desenvolvimento do Arcaya será composta por 48 villas (Terratoca, Timber e Sand), com uma área de 240 metros quadrados, todas elas inseridas em lotes de 1.000 a 2.000 metros quadrados. As primeiras villas, com 4 quartos, terão preços de lançamento a partir de 1,9 milhões de euros, e estarão concluídas daqui a 1 ano.
Estas habitações serão também apoiadas por clube, restaurantes, wellness center, oferta de serviços como mercearia, lavandaria, concierge e passeios de bicicleta.
Na apresentação deste projeto, Paulo Loureiro, Managing Partner & CEO da Bondstone, destacou o facto de a sustentabilidade ser o ponto forte deste projeto: «acreditamos que podemos e devemos contribuir para novas dinâmicas e soluções mais sustentáveis», dando especial relevo à conservação e promoção da biodiversidade. «Este projeto representa o nosso compromisso com o Algarve, com a natureza, com os decisores políticos e Loulé. Quando combinamos empresas comprometidas com os objetivos de sustentabilidade e decisores políticos visionários, é possível fazer um projeto destes».
Frederico Pedro Nunes, COO da Bondstone, afirma que «estamos muito orgulhosos por apresentar ao mercado o Arcaya, um projeto que reflete a visão e ambição da Bondstone e pretende aportar ao mercado imobiliário nacional uma nova perspetiva sobre sustentabilidade e arquitetura. Com uma abordagem pioneira, redefinimos os padrões de sustentabilidade no setor imobiliário e a pegada carbónica no setor da construção».
E completa que «o Arcaya é o local perfeito para viver em pleno a natureza, nos passeios pelos caminhos naturais e jardins de água pura, ou nas inúmeras amenities que integram o projeto paisagístico excecional. Viver no Arcaya será como viver num oásis natural no Algarve, onde casas únicas de design sustentável se misturam harmoniosamente num jardim infinito, e onde temos tudo ao nosso alcance».
Urbanismo, paisagismo e arquitetura combinados para criar um projeto o mais sustentável possível
O Arcaya é assinado pelo gabinete espanhol Battleiroig, que usou uma abordagem multidisciplinar, combinando o urbanismo, paisagismo e arquitetura com especial foco na construção sustentável e preservação dos ecossistemas.
Porque o mais sustentável é utilizar o que já existe, os arquitetos optaram por tirar partido de todas as infraestruturas já existentes neste terreno, compatibilizando-as com a natureza presente. Os escoamentos foram melhorados, os pavimentos renovados, a iluminação pública foi tornada mais eficiente.
Ao nível da biodiversidade, as espécies invasoras foram limpas e removidas. Apostou-se na plantação de espécies autóctones e polinizadoras para enriquecer o ecossistema, e o sistema de rega foi otimizado. Cria-se assim o conceito de Endless Garden, criando um destino onde as pessoas possam estar e mover-se num espaço verde até à porta de sua casa.
A poupança e retenção de água foi uma das principais preocupações deste projeto, já que é um problema grave e conhecido no Algarve. Foram pensados vários sistemas de coleção e infiltração, para melhorar as condições de humidade de todo o empreendimento, ao nível da estrada, dos canteiros ou bermas e sistema de canalização pré-existente, e mesmo as rotundas, cuja tipografia pode ser usada para ajudar a infiltração de água no solo. Por outro lado, foram também instalados sistemas de recuperação de águas cinzentas.
No que respeita a construção, a integração da madeira foi uma das grandes apostas, pelo seu menor impacto ambiental e reduzida pegada de carbono. Além disso, permite fabricação off-site e montagem no local, com todas a vantagens que isso traz ao nível da qualidade, tempos de construção reduzidos, entre outros.
Sustentabilidade “é mais do que uma tendência, é uma necessidade premente”
À apresentação deste projeto, no SIL, seguiu-se um debate sobre o futuro da arquitetura. Vítor Gonçalves Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé, afirmou na ocasião que este tipo de projetos é «acarinhado» pela autarquia, porque «hoje a sustentabilidade não é um conceito apenas. Este projeto integra verdadeiramente a sustentabilidade. É o reaproveitamento de uma paisagem que já existia, é um projeto exemplar que é recebido com todo o carinho».
Na ocasião, Duarte Cardoso Ferreira, Head of Strategic Advisory da CBRE, alertou que «a sustentabilidade hoje é muito mais do que uma tendência, é uma necessidade premente. As decisões imobiliárias têm efeito a médio-prazo, e por isso não é possível fazer um produto resiliente sem ter uma visão de longo prazo em conta». Além disso, «temos de nos lembrar que é a nossa vida que está em causa, não a do planeta em si».
Albert Gil Margalef, CEO da Batlleiroig, afirma que «sabemos que o mundo muda muito rápido. Nós olhamos para edifícios nossos de há 10 anos, e já faríamos diferente. Temos de mudar a nossa maneira de pensar. E se há uns anos eramos nós a “empurra” nos nossos clientes para a sustentabilidade, hoje são eles que nos “empurram”. E isso é ótimo».
André Samuel Dias, Head of Research and Operations da SerQ, recorda que «a procura pela sustentabilidade na construção não era um assunto», e acredita que ainda poucos alunos saem das universidades portuguesas com bases para dimensionar madeira, por exemplo. «Mas estamos no caminho, e vamos desfazendo mitos».