Energia

ADENE: Como funciona uma Comunidade de Energia Renovável?



                      ADENE: Como funciona uma Comunidade de Energia Renovável?

Conforme explica a ADENE, as CER podem ser de direito privado (associação, sociedade comercial, cooperativa, fundação), direito publico ou utilidade pública.

A forma como funcionam está estabelecida na legislação, no entanto é necessário ter em consideração que o seu modelo de implementação tem de ser bem definido antes da entrada do controlo prévio junto da DGEG.

Antes de mais, é necessário saber que passos devem ser dados:

  1. Identificar os membros/associados que vão fazer parte da CER;
  2. Definir o modelo de implementação, que pode ser uma associação, fundação, ou outro modelo acordado entre os membros;
  3. Efetuar o registo da CER (de acordo com o modelo de implementação a adotar) numa conservatória;
  4. Dimensionar as Unidades de Produção para Autoconsumo (UPAC) tendo em consideração as necessidades de consumos dos membros/associados;
  5. Dar entrada do controlo prévio junto da DGEG;
  6. Definir os coeficientes de partilha de energia elétrica por membro/associados e submeter os mesmos no portal da DGEG (estes coeficientes podem ser fixos, afetos ao consumo ou dinâmicos);
  7. Após a aprovação do controlo prévio, efetuar a instalação da(s) UPAC;
  8. Se a UPAC for ligada à Rede de Serviço Público (RESP) terá de ser efetuado um contrato com o Operador da Rede de Distribuição (ORD) para o pagamento das taxas de uso da RESP;

É importante de referir que a gestão da CER deverá ser efetuada preferencialmente por uma entidade/empresa da área da energia, pelo facto:

  1. De as interações necessárias junto da DGEG serem de carácter técnico,
  2. Por ter de existir um técnico responsável de instalações elétricas (que tem de ser identificado quando se dá entrada do controlo prévio),
  3. Pela interligação necessária que tem de ocorrer para o bom funcionamento da CER (exemplo ORD, Fiscalização, entre outros), e
  4. Pela definição dos coeficientes de partilha sempre que dá entrada ou saída de um membro/associado.

Agora que sabe como as CER devem ser implementadas e geridas é preciso saber como funcionam. Assim, mostramos um exemplo prático (existem muitos outros exemplos):

- Uma CER é constituída por 2 UPAC e 4 membros/associados:

CER 1

Durante a constituição da CER definiu-se que o modelo de implementação é baseado numa partilha afeta ao consumo. Deste modo, a partilha de energia será realizada do seguinte modo:

- A energia produzida na UPAC 1 é primeiro consumida na própria instalação e só o excedente (o que não é consumido) será partilhado pelos restantes membros;

- A energia produzida na UPAC 2 é primeiro consumida na própria instalação e só o excedente (o que não é consumido) será partilhado pelos restantes membros;

- A energia excedente é o somatório da energia excedente gerado pelas 2 UPAC.

- O excedente a partilhar, será distribuído pela proporção de consumo em cada uma das instalações num determinado instante de tempo.

Seguidamente apresenta-se um exemplo da partilha de energia elétrica num determinado instante de tempo:

CER 2

Deste modo a principal vantagem para cada membro/associado pela adesão à CER será:

Membro/Associado 1 e 2: Poder receber um valor monetário por cada kWh partilhado sedo este valor definido nos estatutos ou regulamento interno da CER;

Membro/Associado 3 e 4: Adquirir a energia excedente a um custo inferior ao praticado pelo comercializador de energia contratado, reduzindo deste modo o custo da fatura de energia elétrica.

É importante referir que as CER devem ter por objetivo principal proporcionar aos membros/associados ou às localidades onde opera, benefícios ambientais, económicos e sociais em vez de lucros financeiros.

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