O Presidente da Agência para a Energia, Nelson Lage, assinalou que o país atingiu um «ano recorde em novas instalações de painéis solares, com a capacidade fotovoltaica do país a subir 46% face a 2022». As declarações foram feitas durante o encerramento do Investor Day, um evento promovido pela empresa financeira RGreen Invest, realizado na terça-feira, 14 de maio, em Paris.
Nelson Lage sublinhou que estes investimentos não foram apenas realizados «em centrais fotovoltaicas de grande dimensão, mas também em unidades de produção para autoconsumo coletivo e em instalações solares próximas de pontos de consumo», o que mostra a multiplicidade de oportunidades de investimento em Portugal.
“Portugal é um país pioneiro no desenvolvimento de energias renováveis, que nos últimos três anos reforçou a aposta no solar fotovoltaico. Portugal é hoje um polo de excelência nas energias renováveis, aberto a novos investimentos”
O Presidente da ADENE lembrou que, apesar destes bons resultados, a transição energética não pode limitar-se apenas à produção de eletricidade, sendo necessários «investimentos noutras áreas cruciais, como a mobilidade elétrica, a eficiência energética, a produção de biocombustíveis, mas também a formação nos chamados empregos verdes».
Nelson Lage reforçou a necessidade de a Europa apostar nas redes inteligentes e num sistema energético mais descentralizado, uma vez que «a produção descentralizada é crucial para permitir o acesso à energia para todos e para garantir que a transição energética seja justa e não deixe ninguém para trás».
Portugal é hoje um exemplo na produção de energias renováveis e para continuar na liderança europeia é necessária, segundo Nelson Lage, «uma visão estratégica e ambiciosa, que passe pela expansão da capacidade solar fotovoltaica, através de parques solares de grande escala e projetos de autoconsumo»
É igualmente necessário «reforçar o investimento em energia eólica onshore e offshore, sem esquecer o potencial de outras fontes renováveis, em particular do hidrogénio verde, que se destaca como uma fonte energética promissora, com grande potencial para Portugal atingir os seus objetivos de descarbonização e com capacidade de exportação».